Quinta-feira, 12 de junho de 2025
APOIE
Menu

A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira do BRICS, Dilma Rousseff, se encontrou com o mandatário russo Vladimir Putin às margens da cúpula do bloco que ocorre em Kazan, na Rússia.

Na reunião, que ocorreu nesta terça-feira (22/10), Dilma afirmou que os países do Sul Global necessitam de maior aporte financeiro, já que, segundo ela, as condições de obtenção de créditos são complexas. Nesse sentido, a ex-presidente brasileira comentou sua expectativa com relação a uma expansão do BRICS.

“Eu espero que possamos ter uma expansão maior dos países do BRICS para os países do Sul Global. […] E que possamos definir os novos rumos, dos quais devemos trilhas nos próximos anos. Portanto, essa é uma questão fundamental dos recursos financeiros necessários para suprir nossas necessidades e tem um foco fundamental no momento atual, junto com a expansão dos países membros”, disse Dilma a Putin.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Ela afirmou que a expansão do BRICS e o foco em projetos no Sul Global é a prioridade do Novo Banco de Desenvolvimento.

Por sua vez, Putin chamou o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS de “instituição financeira boa e promissora”. O presidente russo lembrou que o banco financiou mais de 100 projetos em um total de US$ 33 bilhões (R$ 187,75 bilhões) desde 2018.

dilma rousseff e vladimir putin na 16 cupula do brics
Kristina Kormilitsyna / Photohost agency brics-russia2024.ru
Dilma Rousseff e Vladimir Putin se reuniram no âmbito da 16ª cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia

“Apreciamos muito o que a senhora fez no último ano. Em geral, esta é uma instituição financeira promissora e em bom desenvolvimento”, disse Putin a Rousseff.

Ainda segundo Putin, o crescimento das transações nas moedas nacionais dos países do BRICS vai possibilitar uma maior independência financeira dos Estados e a redução dos riscos geopolíticos.

Cúpula BRICS 2024

O encontro entre Dilma e Putin ocorreu no primeiro dia da 16ª cúpula do BRICS que ocorre até esta quinta-feira (24/10) em Kazan, na Rússia.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que, ao todo, 32 países confirmaram presença na cúpula, sendo 23 chefes de Estado. Dos 10 membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação.

O presidente Lula não pôde comparecer devido a um acidente doméstico no domingo (20/10) na residência oficial da Presidência, ocasião em que feriu a cabeça e acabou sendo internado no Hospital Sírio-Libanês. No entanto, o mandatário brasileiro participará do encontro por videoconferência.

A expectativa de que novos países podem ser aceitos no bloco é alimentada pelo fato de, na cúpula anterior – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, cinco novos países passaram a formar parte do bloco: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Entre as nações latino-americanas e caribenhas, há seis pedidos de adesão, além do apresentado pela Venezuela. São os casos de Barbados, Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras e Nicarágua.

O BRICS foi fundado em 2009, quando se chamava apenas “BRIC” e era formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, com a inclusão da África do Sul, a sigla ganha a letra S (pelo nome do país em inglês: South Africa) e adquire seu formato atual.

(*) Com Sputnik Brasil.