A esquerda colombiana já começou a escolher os candidatos para enfrentar a coalizão de direita liderada pelo Partido de la U, do presidente Álvaro Uribe, nas próximas eleições presidenciais, em maio de 2010. O bloco oposicionista está dividido, assim como em pleitos anteriores, e cada partido apresentará seu candidato. O prazo para a pré-inscrição terminou no último sábado (30).
O principal rival da esquerda será Álvaro Uribe, caso a população aprove em referendo a possibilidade de concorrer ao terceiro mandato, ou algum sucessor apontado por ele, como o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, que deixou o cargo recentemente negando intenção de se candidatar, mas tornou-se um nome forte no governo pelo combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a libertação de reféns, alguns deles notórios, como Ingrid Betancourt.
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O PDA (Pólo Democrático Alternativo), partido de esquerda mais votado na última eleição presidencial, tem quatro políticos inscritos. A porta-voz Ana Maria Ruiz disse ao Opera Mundi que os dois principais pré-candidatos são Gustavo Petro, atualmente senador, e Carlos Gaviria Díaz, candidato à presidência nas últimas eleições.
“O Pólo pode e quer obter uma boa votação no primeiro turno. Não fez aliança com o Partido Liberal porque quer ser apoiado, e não dar o apoio. No segundo turno, buscaremos aliança”, disse Ana Maria ao defender a apresentação de uma candidatura para cada partido.
Em maio de 2006, Gaviria ficou em segundo lugar com 2,5 milhões de votos, 22% do total, a maior votação da história da esquerda colombiana. Ele perdeu para Álvaro Uribe, reeleito no primeiro turno para o segundo mandato com pouco mais de 7 milhões de votos, 62% do total.
Em 2002, o segundo colocado foi o Partido Liberal, com Horácio Serpa, que obteve 31% dos votos. Uribe venceu no primeiro turno com 53%. Para 2010, o Partido Liberal possui seis pré-candidatos. Um deles é o advogado Alfonso Gómez Mendez. Para ele, não está descartada a apresentação de um único candidato para a coalizão de centro-esquerda no primeiro turno, embora exista preferência pela formação de uma aliança apenas no segundo turno.
“A oposição está preparada para levar um candidato ao segundo turno. Aí sim formaremos uma aliança composta pelos partidos de centro-esquerda”, afirmou.
Garzón, candidato independente
Além da ausência de alianças para o primeiro turno, o ex-prefeito de Bogotá Luiz Eduardo Garzón (2004-2007) oficializou recentemente sua saída do PDA para lançar candidatura independente. Também chamado de Lucho Garzón, ele concorreu à presidência em 2002 pela coalizão Frente Política e Social e conseguiu 6% dos votos. Filiou-se ao PDA em 2005.
Garzón, o primeiro político de esquerda a administrar Bogotá, afirmou recentemente ao jornal colombiano El Espectador que deixou o PDA principalmente porque é contra a falta de aliança.
“Eles defendem a escolha de não ir a uma convergência, e eu acredito que a única maneira de ter opção para chegar ao poder, com Uribe ou sem Uribe, é ter uma candidatura de convergência. A minha está disposta a isso”, disse.
Segundo Ana Maria Ruiz, independentemente da saída de Gárzon, o Pólo buscaria lançar um candidato próprio. “O PDA se sente tranqüilo e terá candidato próprio de qualquer maneira. A estrutura do partido em si não foi prejudicada, mas claro que com ele seria melhor”.
Na avaliação de Alfonso Mendez, que além de candidato é analista político, essa divisão da esquerda não prejudicará a oposição ao candidato governista. “Optamos por não fazer aliança porque acreditamos que é possível enfrentar o candidato de Uribe”.
Os candidatos de cada partido serão conhecidos após o dia 27 de setembro, quando serão concluídas as consultas internas. De acordo com a Constituição, a apresentação deve ser feita até, no máximo, três meses antes das eleições.
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