O ex-candidato presidencial da Venezuela e opositor de extrema direita, Edmundo González Urrutia, desistiu de voltar a Caracas para impedir a posse de Nicolás Maduro nesta sexta-feira (10/01) a fim de manter sua “integridade”, segundo a líder da Plataforma Unitária Democrática, Maria Corina Machado.
Em um pronunciamento veiculado em suas redes sociais, Machado afirmou que manteve comunicação com González durante todas as suas recentes viagens pela Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana para reunir apoio contra o chavismo.
“Edmundo virá à Venezuela para ser empossado como presidente no momento certo, quando as condições forem adequadas”, afirmou ainda.
González, que pediu asilo na Espanha em 8 de setembro, ameaçou retornar à Venezuela para intervir na posse de Maduro com o apoio de figuras políticas da extrema direita latino-americana.
Segundo descoberto pelo governo chavista na última quarta-feira (08/01), o ex-candidato presidencial Enrique Márquez, que foi detido, estava envolvido em um suposto plano de golpe de Estado contra o presidente Maduro.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello afirmou que o plano tinha como objetivo empossar González em uma embaixada venezuelana no exterior, a fim de estabelecer um “governo provisório”.
O representante do governo revelou detalhes do suposto plano para ignorar a Constituição e estabelecer uma Presidência paralela fora do país, ao empossar o opositor de extrema direita como presidente.
Cabello apresentou um documento de 21 páginas que teria sido escrito por Márquez e pelo advogado Sergio Urdaneta, intitulado “Proposta urgente para 10 de janeiro, documento de circulação restrita”.
As ameaças eram envoltas na oferta de U$ 100 mil (R$ 613 mil reais) das autoridades venezuelanas pela prisão de González, que alertaram que opositor “seria preso imediatamente” caso chegasse ao país, uma vez que foi indiciado juridicamente por publicar um site com atas eleitorais falsas após o pleito e sofre acusações por atos de insurreição no país.
Mediante a ameaça, o governo da Venezuela fechou as fronteiras e suspendeu todos os voos provenientes e em direção à Colômbia. A medida entrou em vigência às 5h da manhã (horário local) desta sexta-feira e está prevista para durar até às 5h da manhã da próxima segunda-feira (13/11).
A oposição reclamou da medida, afirmando que o governo Maduro “não só fechou o espaço aéreo da Venezuela, mas também ativou todo o sistema de defesa aérea”. Deste modo, a ameaça não se concretizou e a posse de Maduro ocorreu sem interferências.
(*) Com Brasil de Fato