O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, de extrema direita, anunciou nesta segunda-feira (03/02) que se ofereceu ao governo dos Estados Unidos para encarcerar migrantes indocumentados que cometeram crimes graves no país, incluindo criminosos de nacionalidade norte-americana.
O líder autoritário do país centro-americano tomou a decisão no âmbito de uma visita do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a San Salvador, em uma medida condizente aos planos da gestão Donald Trump de deportar os próprios cidadãos para cumprir pena no exterior.
Em rede social, Bukele confirmou ter fornecido a Washington “a oportunidade de terceirizar parte de seu sistema prisional”, e reiterou sua disposição em aceitar “apenas criminosos condenados” na megaprisão de Cecot, de segurança máxima do país, “em troca de uma taxa”. A taxa, de acordo com o mandatário, seria “relativamente baixa” para os EUA, mas suficientemente significativa para El Salvador.
We have offered the United States of America the opportunity to outsource part of its prison system.
We are willing to take in only convicted criminals (including convicted U.S. citizens) into our mega-prison (CECOT) in exchange for a fee.
The fee would be relatively low for… pic.twitter.com/HTNwtp35Aq
— Nayib Bukele (@nayibbukele) February 4, 2025
Após o encontro com o mandatário salvadorenho, Rubio falou que se trata de um acordo “sem precedentes” com os EUA.
“Nenhum país nunca fez uma oferta de amizade como essa. Estamos profundamente gratos”, disse o secretário norte-americano.
Essa decisão é semelhante à que El Salvador assinou com Washington durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021. O “Acordo de Cooperação em Asilo (ACA)” considerava a nação centro-americana um “Terceiro País Seguro”, permitindo que os EUA deportassem migrantes de outras nacionalidades para o sistema prisional salvadorenho.
A megaprisão de Cecot, onde serão transferidos os criminosos, foi inaugurada em 31 de janeiro de 2023 por Bukele e tem capacidade para 40 mil detentos, com muro perimetral de 11 metros de altura, além de sete anéis de segurança e vigilância permanente por guardas, policiais e soldados que impossibilitam a fuga.
(*) Com Ansa e Telesur