O primeiro turno das eleições da Romênia, no domingo (24/11) surpreendeu com a chegada do político de extrema direita, Calin Georgescu, ao segundo turno. Ele alcançou 22,95% dos votos contra a candidata Elena Lasconi, que teve 19,2% dos votos. Georgescu tem uma plataforma política de críticas à Otan e favorável à Rússia.
O resultado surpreende porque todas as pesquisas de intenção de voto apontavam o primeiro-ministro Marcel Ciolacu como favorito. Ele acabou ficando em terceiro lugar com 19,15%, apenas mil votos a menos que Lasconi. Já Georgescu era apontado pelas pesquisas como um provável terceiro lugar.
Agora, Calin Georgescu e Elena Lasconi se enfrentam no segundo turno no dia 8 de dezembro.
Com a campanha eleitoral muito focada nas redes sociais, com uma popularidade meteórica no TikTok, em particular, Calin Georgescu ficou marcado pelas suas críticas à ajuda financeira e militar à Ucrânia por parte dos EUA.
Nos últimos 10 anos, a Romênia esteve sob a liderança de Klaus Iohannis, político pró-Ocidente, marcado pela estreita cooperação entre Bucareste, a União Europeia e a Otan. Já Calin Georgescu aponta que a União Europeia e a Otan não representam os interesses da Romênia.
Em particular, o candidato criticou a implantação do sistema de defesa antimísseis da Aliança do Atlântico Norte na base militar romena na cidade de Deveselu, que chamou de “uma vergonha para a diplomacia” e “parte da política de confronto” com a Rússia.
Georgescu também comparou a adesão da Romênia à Otan como uma “terceirização” no domínio da segurança nacional e da defesa do país. O político afirmou que a Aliança do Atlântico Norte não protegeria nenhum dos seus membros em caso de ataque da Rússia.
Ao comentar os desdobramentos das eleições romenas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou “não possui informações detalhadas” sobre a posição do político em relação à Rússia.