A participação eleitoral no atual pleito
europeu atingiu seu menor nível histórico – 43,01%, segundo a primeira
estimativa total divulgada hoje (7) pelo Parlamento Europeu. Caso este dado venha a
ser confirmado, continuaria a tendência de baixa de todas as eleições europeias
desde a primeira, em 1979, quando 61,99% do eleitorado europeu foi às urnas.
A participação eleitoral foi muito desigual entre os Estados-membros da UE,
oscilando entre taxas superiores a 90% em países onde o voto é obrigatório,
como na Bélgica, e inferiores a 20% em outros, como a Eslováquia. Nos dois
maiores países do bloco, Alemanha e França, menos eleitores foram votar em
relação ao pleito europeu anterior, realizado em 2004. Na Alemanha, a
participação caiu de 43% há cinco anos para 42,2%, enquanto na França a queda
foi de 42,8% para 40,5%.
Na Espanha, segundo os últimos dados, 45,94% dos eleitores foram às urnas, taxa
idêntica à registrada em eleições anteriores.
A estimativa global difundida hoje pelo Parlamento Europeu é que a direita
volte a ser a mais votada na Europa, seguida dos socialistas – embora ambos
percam peso com o aumento da participação de partidos verdes, eurocéticos,
eurófobos e de extrema dereita e esquerda.
As abstenções confirmam os temores do Parlamento Europeu, que no período pré
eleitoral apelou para propagandas humorísticas na tentativa de convencer
eleitores a comparecer às urnas.
França
A
União por um Movimento Popular (UMP), partido do presidente francês,
Nicolas Sarkozy, venceu hoje as eleições europeias no país como
27,4% dos votos, seguida do Partido Socialista (PS), com 16,8%, e do
Europe Ecologie, com 16,00%, segundo dados oficiais provisórios. É
uma derrota para os socialistas que tinham esta noite de domingo um
pequeno avanço sobre os verdes de Europe Ecologie. O fracasso pode
dificultar a presença de Martine Aubry no cargo de primeira secretária
do partido. No começo, o partido já sofreu um grande desgaste após
disputas internas entre Aubry, a ex-candidata Ségolène Royal e o
prefeito de Paris, Bertrand Delanoë.
A outra grande surpresa
foi o resultado ruim do Movimento Democrático (MoDem), que
representa o centro. Seu líder François Bayrou, que se coloca há
meses como o principal opositor de Nicolás Sarkozy, obteve somente
8,52% dos votos. A extrema direita confirma sua queda, com os 6,3%,
da Frente Nacional. Com um discurso muito mais à direita, o
presidente Sarkozy conseguiu atrair muitos de seus eleitores
tradicionais.
Alemanha
A aliança liderada pela chanceler alemã, Angela
Merkel, formada pela União Democrata Cristã (CDU) e pela União Social Cristã
(CSU), venceu as eleições europeias realizadas na Alemanha, segundo pesquisas
das redes de televisão pública alemãs “ARD” e “ZDF”. Essas
duas legendas alcançaram entre 38% e 38,5% dos votos, enquanto o Partido
Social-Democrata (SPD), que faz parte da grande coalizão de Governo, teria
obtido entre 21% e 21,5%.
De acordo com os levantamentos, os Verdes conseguiriam entre 11,5% e 12%, e o
Partido da Esquerda, entre 7% e 7,5%, respectivamente. Os liberais (FDP), entre
10,5% e 11% – um crescimento próximo a 5% em relação ao pleito anterior, e os
social-democratas ficaram próximos aos 21,5% registrados em 2004.
Apesar da vantagem, se os números se confirmarem, a CDU e a CSU perderam votos
em relação aos resultados das eleições europeias anteriores, há cinco anos,
quando obtiveram 44,5% da preferência do eleitorado alemão.
Faltando quatro meses para as eleições legislativas na Alemanha, os resultados
de hoje confirmam as pesquisas que anunciam o fim da atual grande coalizão na
Alemanha e apostam por uma nova aliança de centro-direita entre a aliança
CDU/CSU e os liberais.
Tanto a “ARD”, quanto a “ZDF”, calcularam a participação
eleitoral em 42%, 2,5 pontos percentuais a menos do que nas eleições europeias
anteriores.
Espanha
O conservador Partido Popular (PP), o principal da oposição espanhola,
venceu hoje as eleições para o Parlamento Europeu no país com 42,03% dos votos,
contra o governamental Partido Socialista (PSOE), que obteve 38,66%, segundo
dados oficiais.
Após 88,49% das urnas apuradas na Espanha, o PP obtém 23 cadeiras na câmara
europeia, enquanto que o PSOE fica com 21 deputados.
A Coalizão pela Europa, que engloba os partidos nacionalistas de
centro-direita, e a coalizão de Esquerda IU-ICV, elegeram representantes para
duas cadeiras cada. A União, Progresso e Democracia (UPD) terá um deputado no
Parlamento Europeu, assim como a coalizão Europa dos Povos-Verdes, formada por
nacionalistas de esquerda.
O índice de participação eleitoral na Espanha foi de 45,81 %, muito similar ao
do pleito europeu de 2004 e ao registrado no conjunto dos países da União
Europeia.
Áustria
O conservador Partido Popular Austríaco
(ÖVP) venceu nas eleições europeias na Áustria, após receber 29,7% dos votos e
eleger seis eurodeputados – o máximo permitido para este país são 17.
Este resultado foi menor do que o de 2004, nas eleições europeias anteriores,
quando o ÖVP somou 32%. Mesmo assim, o número de assentos no Parlamento Europeu
se manteve em seis, segundo os resultados finais que ainda excluem os votos
recebidos via correspondência.
Em segundo lugar aparece o Partido Social-Democrático da Áustria (SPÖ ), de
raízes socialistas, com o pior resultado de sua história – 23,8% dos votos e
cinco cadeiras, cerca de dez pontos percentuais a menos do que há cinco anos,
quando venceu o pleito com 33,3% da preferência do eleitorado e elegeu sete
deputados.
Em terceiro lugar e como a grande surpresa das eleições na Áustria, vem a lista
do eurodeputado Hans-Peter Martin, tido como eurocético e crítico em relação à
suposta corrupção presente nas instituições europeias. A lista de Martin – que
foi jornalista da revista alemã “Der Spiegel” e eurodeputado do SPÖ –
alcançou 17,9% dos votos, 3,9 pontos percentuais a mais do que em 2004, e
conseguiu três cadeiras.
Também se destaca o previsto desempenho do ultradireitista Partido Liberal
Austríaco (FPÖ), cuja campanha foi dominada por mensagens antissemitas e contra
o islã, além de críticas radicais contra a União Europeia. A legenda recebeu
13,1% dos votos e elegeu dois representantes. Em 2004, o partido obteve 6,3% do
apoio do eleitorado.
A participação eleitoral na Áustria foi de 42,4%, percentagem que aumentará
ligeiramente com a contabilização do voto por correspondência.
Letônia
A conservadora União Cívica (UC), um dos cinco
partidos que integram a coalizão governante, foi a legenda mais votada nas eleições
europeias realizadas ontem na Letônia. Segundo as pesquisas divulgadas hoje
pela agência LETA em colaboração com o grupo editorial “Dienas
Medii”, a UC obteve o respaldo de 24,29% dos eleitores letãos.
Enquanto isso, os partidos que representam a minoria russo-falante – um terço
da população -, Centro Harmonia e Pelos Direitos Humanos em uma Letônia Unida
alcançaram 16,68% e 8,2% dos votos, respectivamente.
Na capital, Riga, onde residem a maioria de russo-falantes o Centro Harmonia
foi o ganhador, segundo as pesquisas, com 25,56% dos votos, contra 18,83% da
UC. O grande derrotado no pleito europeu foi o partido do primeiro-ministro
Valdis Dombrovskis, Tempo Novo, que teria somado apenas 7,43% dos votos.
Neste pleito são eleitos 8 deputados pelos quais competem 186 candidatos de 17
partidos.
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