A Argentina lamenta a morte do ex-presidente Néstor Kirchner, vítima de uma parada cardiorespiratória na manhã desta quarta-feira (27/10). Descendente de alemão por parte de pai e de uma família croata por parte de mãe, Néstor Carlos Kirchner Ostoic nasceu em Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz, na Patagônia argentina, em 25 de fevereiro de 1950.
Efe
Em 2003, Kirchner assumiu a presidência da Argentina durante forte crise econômica
Desde cedo tornou-se membro da Juventude Peronista, que no fim da década de 1970 se impregnava com o radicalismo de esquerda que se opunha às ditaduras militares e que, posteriormente, derivou em grupos partidários de luta armada, como os Montoneros.
Em 1975, começou a estudar Direito na Universidade Nacional de La Plata e se casou com a companheira de estudos e militante peronista, Cristina Fernández. Máximo, nascido em 1977, foi o primeiro filho do casal e 13 anos depois nasceu Florencia.
Em 1976, Néstor se formou em Direito e regressou a sua cidade, onde exerceu a profissão junto com a esposa em um escritório jurídico. No fim de 1983 foi nomeado presidente da Caixa de Previsão Social de Rio Gallegos e após disputas financeiras na entidade, foi destituído do posto pelo governador de Santa Cruz, também peronista, Arturo Puricelli. O fato fez com que se tornasse conhecido e, logo, se tornou uma celebridade local. O reconhecimento o ajudou a conseguir apoios para sua aspiração política.
Em 1986, ganhou as eleições para prefeito em Río Gallegos e o sucesso de sua gestão permitiu que o se candidatasse a governador pelo Partido Justicialista em 1991, com 61% dos votos. Sua política no posto foi de grandes investimentos públicos, o que contrastava com a estratégia neoliberal e antiinflacionária do então presidente da república e companheiro de partido, Carlos Saul Menem. Sua reputação se consolidava como um político de centro-esquerda.
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Por duas vezes reformou a constituição provincial para permitir a reeleição e se manteve no posto até 2003. Na primeira candidatura à presidência, em um momento em que a Argentina acabava de enfrentar a forte crise econômica de 2001 – com a pobreza afetando 54% da população e uma taxa de desemprego de mais de 20% –, ganhou o apoio do então chefe de estado Eduardo Duhalde, o que lhe garantiu respaldo peronista de Buenos Aires, província com a maior força política e econômica do país. Neste momento, Kirchner declarou: “não me falta coragem nem todo o necessário para tirar a Argentina desta situação”.
Neste momento, sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner, atuava como senadora e deputada de Santa Cruz no congresso argentino, o que somava apoio ao candidato. O Frente para a Vitória apresentou, para a candidatura, o programa Un país en serio, cujas prioridades eram a produçao, justiça, educação, trabalho, igualdade e saúde e Kirchner propôs um modelo de produção e trabalho voltado para “articular inteligentemente e com sentido nacional o público e o privado”, para que o Estado e o mercado interno pudessem “se associar na construção de um país diferente”.
Néstor, com 22% de los votos, ainda que superado por Menem, que obteve 24,3%, foi para o segundo turno. Com pesquisas eleitorais que indicavam a derrota de Menem, o ex-presidente renunciou ao processo eleitoral e Kirchner foi proclamado o novo chefe de estado argentino. O peronista governou a Argentina de 2003 a 2007 e foi sucedido por sua esposa, Cristina Fernández, que chegou à Casa Rosada em 2008.
Em 2009, foi eleito deputado pela província de Buenos Aires e em 2009, foi eleito com unanimidade de votos dos países integrantes como secretário geral da Unasul (União da Nações Sul-Americanas).
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