A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou nesta quinta-feira (13/06) mais um debate sobre a proposta considerar proibida a adoção de sanções econômicas extraterritoriais como medidas de coerção política.
O tema foi pauta das reuniões durante toda esta semana, mas ganhou mais destaque nesta quinta devido à participação do chanceler da Venezuela, Yván Gil, representante de um dos países que mais receberam sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos neste século.
Em seu discurso, Gil lembrou que mais de 30 nações estão sujeitos a sanções econômicas nos dias de hoje, e que essas medidas “são uma forma de punição coletiva, pois criam diversos obstáculos às economias nacionais, tornando impossível aos governos satisfazer as necessidades básicas das pessoas, sem contar os efeitos colaterais, como a fragilização do multilateralismo, que é o sistema que sustenta a relação de confiança entre os países”.
“Na grande maioria dos casos em que temos sanções como esta, observa-se um padrão: nações poderosas aplicando medidas nações em desenvolvimento. Se isso não for o bastante, devemos acrescentar a possibilidade de estas medidas representarem violações aos direitos humanos básicos de populações inteiras”, enfatizou Gil.
Além do chanceler venezuelano, também houve destaque para a participação de Sergei Aleinik, ministro de Relações Exteriores da Bielorrússia, outro país que sofre com diversas sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Em seu discurso, Aleinik frisou que “os estudos sobre os efeitos dessas sanções mostram que elas afetam principalmente as populações mais vulneráveis, e sobretudo mulheres e crianças”.
“Só há uma forma de tratar a questão das sanções econômicas através de um prisma humanitário, que é tornando-as ilegais e ilegítimas”, completou o chanceler bielorrusso.