Um cigano holandês, Zoni Weisz, foi nesta quinta-feira (27/01) o principal orador no Bundestag, Parlamento alemão, na comemoração da libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz há 66 anos, no dia em que a Alemanha presta homenagem às vítimas do Holocausto.
Seu discurso se dedicou a lembrar o que ele classificou como “o Holocausto esquecido”, em alusão ao cerca de 500 mil de Sinti e Roma, as grandes famílias de ciganos centro-europeus, vítimas da máquina nazista. O Holocausto cigano só começou a ser alvo de pesquisa histórica há pouco, lembrou Weisz, que sobreviveu à perseguição nazista.
Em 16 de maio de 1944, seus pais e irmãos, que viviam na pequena cidade holandesa de Zutphen, foram detidos pelas forças de ocupação nazistas. Weisz, com sete anos, não foi detido pois estava na casa de uma tia fora da cidade, porém, os nazistas o prenderam depois com outras nove pessoas.
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No caminho para Auschwitz, um policial holandês o ajudou a fugir. Weisz sobreviveu o último ano da ocupação escondido e no final da guerra soube que a família havia morrido no campo de concentração. O holandês ressaltou que a perseguição aos ciganos havia começado muito antes da chegada ao poder dos nazistas e que em muitos países europeus ainda não terminou.
“Apesar dos 500 mil Sinti e Roma assassinados pelo nazismo, a sociedade não aprendeu nada. Caso contrário, agora teria um comportamento mais responsável “, disse. “Somos europeus e devemos ter os mesmos direitos que os outros”, afirmou o sobrevivente do Holocausto.
Wentz lembrou que a situação dos cigados em países como Bulgária e Romênia é ainda mais preocupante. Na Hungria, segundo Weisz, a minoria cigana é perseguida abertamente por ultradireitistas com uniformes negros e em outros países da Europa Oriental existem restaurantes com letreiros que dizem “Proibida a entrada de ciganos”.
O presidente do Bundestag, Norbert Lammert, afirmou que os ciganos seguem sendo “a minoria mais discriminada na Europa”.
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