China e Japão retomaram nesta segunda-feira (10/11) diálogo político, diplomático e de segurança após dois anos de enfrentamentos em função de diferenças em relação à soberania territorial, durante o 22ª fórum da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), em Pequim.
O diálogo foi firmado com o encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que apertaram as mãos pela primeira vez desde que os dois líderes assumiram os respectivos cargos. Na reunião, ambos reconheceram as “diferenças”, mas se comprometeram para que essas divergências “não se transformem em obstáculos políticos ou em um inesperado conflito maior”.
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De forma inédita, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping
Jinping destacou que seu país “espera que o Japão siga o caminho do desenvolvimento pacífico e adote políticas militares e de segurança prudentes”, segundo a agência estatal chinesa Xinhua. “Eu acho que houve grande progresso para melhorar o relacionamento entre Japão e China”, disse à Reuters o secretário-geral do gabinete japonês, Yoshihide Suga.
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Segunda e terceira maiores economias do mundo, China e Japão entraram em conflito nos últimos dois anos, sobretudo por conta de uma disputa territorial de ilhas desabitadas. Tal encontro deverá abrir espaço para uma discussão futura sobre questões econômicas, ponto importante na agenda dos dois países que permanece estagnado.
Obama: EUA querem “China em alta”
Durante a 22ª Cúpula da Apec, Jinping se encontrou hoje com 20 governantes. Amanhã, os líderes mundiais devem se reunir para debater a promoção do livre-comércio e desenvolvimento de infraestruturas na região.
“Os Estados Unidos querem ver uma China em alta, próspera, pacífica e estável”, declarou o presidente norte-americano, Barack Obama, em Pequim. “Se China e Estados Unidos podem trabalhar juntos, o mundo inteiro se beneficiará”, acrescentou.
No fórum, Obama ainda encontrou brevemente o presidente russo, Vladimir Putin, pela primeira vez desde que ambos conversaram sobre a crise ucraniana durante as comemorações na França do 70º aniversário do Dia D, em junho, na França.
Efe
Apec promove debate sobre políticas externas e econômicas entre países na região do pacífico, mas tem apoio de líderes ocidentais
Putin foi à Pequim se encontrar com Jinping no domingo (09/11) para assinar novos acordos para a comercialização de gás, em uma tentativa de colaboração entre China e Rússia, em meio às sanções que Washington e as potências ocidentais impõem ao Kremlin com a crise ucraniana. Na ocasião, o presidente russo reconheceu a desvalorização de quase 30% do rublo em face ao dólar neste ano.
Para o evento de dois dias, mais de 2.300 empresas localizadas na região metropolitana de Pequim fecharam desde quarta-feira (05/11), na tentativa de eliminar a poluição crônica da cidade. Além das fábricas, cerca de 2 milhões de veículos — 35% do parque de automóveis de Pequim — foram retirados de circulação para melhorar a qualidade do ar e aliviar o trânsito da cidade.