O ex-presidente do Egito, Mohammed Mursi, compareceu à Corte do Cairo nesta terça-feira (28/01) para responder a diversas acusações, entre as quais, relacionadas à sua fuga da prisão em 2011. Durante a primeira sessão do julgamento, ele insistiu que é o “presidente legítimo” do país e que o processo faz dele um preso político, não um detido a mais.
Agência Efe
Mohammed Mursi foi deposto no início de julho de 2013 após um golpe de estado no país
Retirado do poder em julho de 2013 após um golpe de estado, Musri viajou de helicóptero do presídio em que aguardava o julgamento, em Alexandria. Segundo a Al Jazeera, ao chegar ao tribunal, ele teria provocado o juiz: “Quem é você? Você sabe quem eu sou?”. Enquanto isso, 20 membros e dirigentes da Irmandade Muçulmana – também acusados – gritavam “abaixo o governo militar!”.
Musri é acusado de ter insultado o Judiciário, atacado funcionários e incitado o ódio. No tribunal, ele terá que testemunhar após ter acusado juízes de terem participado de uma fraude eleitoral durante a ditadura de Hosni Mubarak (1981-2011). Musri também é investigado por ter supostamente tentado influenciar o trabalho da promotoria enquanto estava no governo. As acusações incluem também sequestro e assassinato de policiais, o uso de armas para resistir ao regime egípcio.
O presidente deposto já responde por supostamente ter revelado informações confidenciais a países e órgãos estrangeiros, pelo envolvimento na morte de manifestantes em dezembro de 2012, pelo assassinato de presos e policiais, por sequestro, pelo ataque a uma prisão e pela promoção de atentados contra instalações de forças de segurança. Além de Mursi, estão sendo acusados130 membros do grupo palestino Hamas e do libanês Hezbollah.
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No mesmo dia do julgamento de Musri, um importante funcionário do Ministério do Interior do país foi assassinado nesta terça-feira. O general Mohammed Said, diretor do escritório técnico do ministério, foi morto no momento em que saía de sua casa no Cairo. Os ataques contra membros das forças de segurança aumentaram no Egito desde o golpe militar de julho do ano passado.
Na segunda (27/01), a cúpula militar do Egito autorizou ao chefe do Exército e ministro da Defesa, Abdel Fatah al Sisi, de concorrer à presidência nas próximas eleições previstas para este ano.