Sábado, 15 de novembro de 2025
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O Serviço Secreto dos Estados Unidos derrubou uma rede de telecomunicações clandestina em Nova York, nesta terça-feira (23/09). A operação aconteceu no momento em que os líderes mundiais se dirigiam à abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, que acontece na cidade até a próxima segunda-feira (29/09).

Segundo os investigadores, o sistema poderia ter causado um colapso nas redes e derrubado torres de celular durante o evento. Ao entrarem no local, eles encontraram várias fileiras de servidores e prateleiras com mais de 100 mil cartões SIM ativos.

Também havia estoques do cartão para duplicar ou triplicar a capacidade da estrutura, com potencial de enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto, o que sobrecarregaria o sistema, levando à queda da comunicação.

O agente especial Matt McCool, responsável pelo escritório do Serviço Secreto de Nova York, afirmou que a rede funcionava como um “exército” de celulares falsos para mascarar comunicações criptografadas e sobrecarregar redes locais. “Se combinado com outro evento durante a Assembleia da ONU, poderia ser catastrófico para a cidade”, alertou.

Ele comparou o possível impacto a apagões de telefonia celular ocorridos após os atentados de 11 de setembro de 2001 e a maratona de Boston em 2013, quando as redes entraram em colapso sob enorme pressão.

Rede clandestina de telefonia foi desmantelada em meio à Assembleia da ONU
@United States Secret Service / Facebook

Ataque direto ao evento é descartado

Até o momento, os investigadores não encontraram houve indícios de um plano direto para interromper a Assembleia da ONU. Eles suspeitam do envolvimento de atores estatais, que teriam usado o sistema para enviar mensagens criptografadas a grupos criminosos, cartéis e organizações terroristas. Outra hipótese é a tentativa dos criminosos de se passarem por autoridades presentes na cidade através das redes.

“Precisamos examinar 100 mil ‘celulares’ virtuais, verificar todas as ligações e mensagens para rastrear os números”, explicou McCool, salientando que as análises ainda estão no início.

Após o sucesso da operação, o diretor do Serviço Secreto, Sean Curran, divulgou um comunicado. “A investigação deixa claro para possíveis criminosos que ameaças iminentes serão imediatamente rastreadas e desmontadas”, alertou.