Com o agravamento da tensão no Iraque, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (13/06) que ajudará a interromper o avanço de extremistas islâmicos na tomada do controle do país árabe, mas ressaltou que não enviará tropas norte-americanas para solucionar a crise local.
Efe
Nos jardins da Casa Branca, Obama teme que atual crise no Iraque ameace os “interesses dos norte-americanos”
“Forças de segurança do Iraque se mostraram incapazes, agora o Iraque precisa de um suporte extra. No entanto, não vamos enviar mais tropas dos EUA para lá”, declarou o líder, que acrescentou que consultará o Congresso para decidir quais serão as opções de seguranças “mais apropriadas” a serem tomadas nos próximos dias.
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Em discurso na Casa Branca, Obama ainda disse que teme que os jihadistas sunitas – a quem chama de “terroristas” – possam ameaçar os “interesses dos norte-americanos”.“Nossa principal prioridade por enquanto é ficar de olho e analisar a situação com cuidado, mas os líderes iraquianos devem mostrar serem mais capazes de solucionar seus problemas”, completou.
Com o intuito de criar um emirado islâmico no Iraque e na Síria, insurgentes jihadistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) avançaram e tomaram algumas das principais cidades do Iraque nos últimos dias.
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A crise instaurada pelo grupo, que é braço da rede terrorista Al Qaeda no país, levou o governo iraquiano a anunciar, hoje, um novo plano de segurança para defender a província de Bagdá de um potencial ataque de jihadistas sunitas, que avançam rumo à capital após conquistarem Al Dujail, a apenas 60 km da sede administrativa iraquiana. Até o máximo clérigo iraquiano, aiatolá Ali al Sistani, pediu nesta sexta à população que pegue em armas para combater os insurgentes no norte do país.
Na terça (10/06), a segunda maior cidade do país, Mossul, localizada a cerca de 400 quilômetros ao norte de Bagdá, foi controlada pelos jihadistas. Eles também assumiram o controle de várias localidades na província petrolífera de Kirkuk, no norte do país, onde colocaram bandeiras negras nos edifícios oficiais ocupados.Como consequência dos combates, 500 mil pessoas foram forçadas a abandonar a cidade.
Os Estados Unidos ocuparam o Iraque em 2003 e, em seguida, derrubaram Saddam Husseim. O então presidente George W. Bush acabou extinguindo todas as instituições estatais do país, o que estimulou uma guerra entre sunitas, xiitas (maioria) e curdos. Com a promessa de sair do país árabe desde quando era candidato à presidência, Obama retirou todas as tropas norte-americanas no fim de 2011.