Dois marinheiros albaneses morreram na manhã desta terça-feira (30/12) enquanto tentavam rebocar o ferry “Norman Atlantic” no Mar Adriático, como informou o Ministério de Defesa da Albânia. Eles faziam parte da tripulação de um rebocador privado albanês que havia saído do porto de Vlora na segunda-feira (29/12) para rebocar o ferry italiano incendiado no domingo (28/12) no caminho entre Grécia e Itália e que culminou na morte de pelo menos dez passageiros.
Apesar de os trabalhos de resgate dos sobreviventes terem sido concluídos na segunda-feira (29/12), com 427 pessoas salvas e dez corpos recuperados, a Marinha anunciou hoje que o procedimento continuará até que seja concluída a busca de possíveis desaparecidos.
Agência Efe
Passageiros do Norman Atlantic desembarcaram ontem no porto de Bari
Isso porque há dúvidas sobre o número de pessoas que viajavam na embarcação. De acordo com os dados da empresa grega Anek, que administrava o ferry, o número oficial de viajantes era 478, dos quais 56 pertenciam à tripulação. Mas, entre os números da companhia e o de sobreviventes há uma diferença de 51 pessoas que, segundo a imprensa local, puderam descer na primeira escala, a cidade grega de Igoumenitsa.
As imprensas grega e italiana cogitam que o número de desaparecidos pode chegar a 30 pessoas. O número pode ser inclusive maior devido à presença de viajantes clandestinos no ferry no momento do acidente.
A presença desses viajantes foi confirmada na segunda-feira pelo representante do governo em Bari, Antonio Nunziante, que informou que entre os sobreviventes transferidos ao porto da cidade havia dois cidadãos afegãos que não pertenciam a nenhuma lista.
Incêndio
A tragédia começou por volta das 4h (meia-noite de Brasília) do domingo, quando ocorreu um incêndio na adega da embarcação. As chamas e a fumaça se propagaram com rapidez, o que fez com que o navio ficasse à deriva, próximo ao litoral da Albânia e sacudido pelas fortes ondas na área meridional do Mar Adriático.
As condições meteorológicas adversas atrasaram as operações de resgate coordenadas pela Itália, que também contaram com a participação de Grécia e Albânia.
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O barco, chamado de “Norman Atlantic”, foi levado pelo forte vento na região para o litoral da Albânia. A maioria dos passageiros é da Grécia (234), Turquia (54) e Itália (22). Há ainda pessoas da Romênia, Rússia, Áustria, Hungria, Suíça, Croácia, Geórgia, Síria, Suécia, Canadá, Ucrânia, Egito, Alemanha, Afeganistão, Albânia, Malta, Bulgária e Macedônia.
As procuradorias de Brindisi e Bari já abriram investigações para esclarecer se houve crime no “naufrágio” ou “homicídio culposo” por parte do comandante, Argilio Giacomazzi, e do armador, Carlo Visentini.
Alguns veículos de comunicação divulgaram informações sobre uma vistoria, em 19 de dezembro, que revelou seis problemas relativos ao sistema de emergências e corta-fogo na embarcação.
*Com informações da Agência Efe