O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, anunciou sua renúncia neste domingo (10/04), depois de pressões para que se afastasse do cargo. A decisão abre caminho para a formação de um novo governo no país.
Agência Efe
Primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, durante uma coletiva de imprensa na cidade de Kiev em 2015
“Tomei a decisão de renunciar ao cargo de primeiro-ministro da Ucrânia. Na terça-feira, 12 de abril, meu pedido será submetido ao Parlamento”, disse Yatsenyuk no programa “Dez minutos com o primeiro-ministro”, transmitido por vários canais da televisão ucraniana.
Yatsenyuk afirmou que o partido do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, já designou o presidente do Parlamento, Volodymyr Groysman, para a posição.
“Há uma coisa que não se pode permitir: a desestabilização do poder Executivo em tempos de guerra. E essa perspectiva será inevitável, pois após a renúncia não se elege imediatamente um novo governo”, declarou.
O afastamento ocorre após dois meses de pressão dos integrantes da coalizão parlamentar para que Yatsenyuk fosse destituído da liderança do governo.
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Em fevereiro, Yatsenyuk superou uma moção de não-confiança no Parlamento, que não conseguiu os votos necessários para afastá-lo, apesar de pedidos do presidente para que deixasse o cargo.
O Bloco Petro Poroshenko – que leva o nome do mandatário do país – foi o último a abandonar a coalizão para forçar a saída de Yatseniuk.
A maioria dos deputados diz que o agora ex-líder de governo, que estava no poder desde 2014, foi incapaz de combater a corrupção e de introduzir as reformas estruturais cobradas pela comunidade internacional.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que não liberaria ajuda financeira para o país se não fossem realizadas reformas.
Além de uma grave recessão econômica, a Ucrânia tenta retomar o controle total das regiões orientais de Lugansk e Donetsk, dominadas por movimentos separatistas pró-Rússia. Uma trégua está em vigor desde 2015, mas há denúncias constantes de violações de cessar-fogo.