Em meio a protestos contra o regime, o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, anunciou nesta quarta-feira (02/01) que congelará a introdução de emendas na Constituição que permitiriam sua permanência no poder. Atualmente, a Carta Magna iemenita, que foi emendada em duas
ocasiões desde a unificação do país, em 1999, só permite duas legislaturas. Antes, não havia
restrições ao mandato presidencial.
“Não vou trabalhar para prolongar meu mandato”, garantiu Saleh em discurso no Parlamento no qual assinalou que “serão congeladas as reformas constitucionais” de acordo com o que exige o interesse público. “Não ao prolongamento e não a herança… isto não está incluído no programa do presidente”, disse Saleh, que iria se candidatar nas eleições presidenciais de 2013.
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Na quinta-feira passada, dezenas de milhares de pessoas convocadas pelos principais partidos da oposição iemenita exigiram a Saleh que não reformasse a Constituição para apresentar-se a uma nova reeleição. O líder, que ocupa a Presidência desde 1990 e foi reeleito em 1999 e 2006, disse também nesta sessão especial do Parlamento que abrirá um diálogo com a oposição, missão que caberá a um comitê de quatro pessoas.
“Vou fazer sacrifício após sacrifício pelo bem desta nação, porque o bem da pátria está acima de nossos interesses pessoais”, ressaltou. Além disso, indicou que atrasará o pleito parlamentar previsto para abril, como pediam os grupos opositores, que denunciam irregularidades no registro dos eleitores.
A oposição iemenita convocou para esta quinta um dia de protestos, batizada como “dia da ira”, que ocorrerá no centro da capital. Quanto a esta convocação, o presidente iemenita advertiu a oposição contra a organização de manifestações violentas.
“Se a oposição liderar protestos nesta quinta-feira ou qualquer outro dia que levem à destruição da propriedade, cada cidadão iemenita, esteja onde estiver, terá o direito da defesa legítima de seu dinheiro e de sua honra”, garantiu durante seu discurso.
O regime de Saleh está exposto às ações contínuas da Al Qaeda, que tem bases neste país, a uma tentativa de secessão do sul e a uma rebelião xiita no norte que atua esporadicamente.
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