No mesmo dia em que foi anunciada uma reforma constitucional para combater o crime organizado no país, as autoridades do México encontraram os corpos decapitados e carbonizados de 11 jovens em uma estrada no estado de Guerrero — o mesmo em que desapareceram há dois meses 43 estudantes mexicanos.
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Agência Efe
Após dois meses de crise por conta de desaparecimento de estudantes, presidente Peña Nieto anunciou ontem reforma para combater crime
Localizados em uma via que liga as cidades de Chilapa de Álvarez e Ayahualulco, os cadáveres foram encontrados após um enfrentamento, na noite da última quarta-feira (26/11), entre dois grupos rivais do crime organizado — Los Rojos e Los Ardillos — que disputam o controle do narcotráfico e de outras atividades ilícitas na região.
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De acordo com imagens feitas na cena do crime, havia uma faixa pendurada próxima do local da chacina, indicando que os corpos faziam parte da facção de Los Ardillos. “Aqui está o seu lixo”, dizia o cartaz.
Investigações
Uma equipe da PGR (Procuradoria-Geral da República) viajou até o local para investigar os fatos. O grupo é liderado pelo diretor da Agência de Investigação Criminal, Tomás Zerón, e o subprocurador de Procedimentos Penais da PGR, Rodrigo Archundia.
“Nós chegamos para assumir a investigação. Imediatamente a Procuradoria-Geral do estado fez o levantamento dos corpos. Funcionários já estão a caminho para transferi-los ao Serviço Médico Legal (da PGR), onde serão feitos outros exames periciais para a identificação dos corpos o mais em breve possível”, disse Archundia assim que chegou a Chilapa.
Há quase um mês, 13 corpos foram encontrados em duas valas clandestinas na cidade de Chilapa de Álvarez.
A busca pelos 43 estudantes desaparecidos em Iguala há dois meses, que supostamente foram capturados por policiais e entregues a um cartel criminoso para que fossem assassinados, levou à descoberta de várias valas clandestinas com restos humanos.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou ontem, em mensagem à nação, medidas em matéria de segurança e justiça para conter a onda de manifestações pelo desaparecimento dos 43 estudantes.
(*) Com informações da Agência Efe