Terça-feira, 13 de maio de 2025
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A Justiça da Coreia do Sul indiciou o ex-presidente Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP) de extrema direita, nesta quinta-feira (01/05) por abuso de poder. A mais recente acusação caminha em paralelo com o motivo pelo qual o político foi destituído do cargo, em 4 de abril, por decisão unânime da Corte Constitucional.

Enquanto Yoon e outros altos funcionários que atuaram sob sua gestão, incluindo o ex-ministro da Defesa, Kim Yong Hyun,, são julgados por terem arquitetado uma insurreição na tentativa de promover um autogolpe no país com a lei marcial, em 3 de dezembro de 2024, a promotoria detalhou que o ex-mandatário, desta vez, é indiciado sem detenção física por abusar do poder e obstruir o exercício de direitos.

“Prosseguimos com o julgamento [da insurreição] enquanto avançam as investigações complementares sobre abuso de poder que levaram a esta nova acusação”, afirmou a Justiça em comunicado.

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Na primeira semana de abril, quando Yoon teve seu mandato suspenso, o Tribunal Constitucional que julgou o impeachment argumentou que o político traiu a nação ao decretar a lei marcial, acrescentando que as ações tomadas pelo então chefe de Estado desestabilizaram o país em sua política, economia, sociedade e diplomacia.

“Dado o impacto significativamente negativo e as repercussões generalizadas de suas violações da ordem constitucional, reconhece-se que o benefício de defender a Constituição ao remover o réu do cargo supera os custos nacionais associados à demissão de um presidente em exercício. Assim, o tribunal profere a seguinte decisão unânime: o réu, o presidente Yoon Suk Yeol, é destituído do cargo”, declarou o presidente interino do tribunal, Moon Hyung Bae, em sua leitura.

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol (à direita), e ex-presidente interino Han Duck Soo (à esquerda), no Gabinete Presidencial em Yongsan, em 21 de março de 2023
Gabinete Presidencial da Coreia do Sul

De olho nas eleições

Após o impeachment de Yoon, o governo da Coreia do Sul oficializou a convocação de novas eleições presidenciais para 3 de junho. Até esta quinta-feira, o país asiático estava sendo gerido pelo presidente interino e então primeiro-ministro conservador Han Duck Soo. 

Entretanto, este anunciou a sua renúncia para disputar o Executivo sul-coreano, e a expectativa é de que sua candidatura seja oficializada na sexta-feira (02/05). Desta forma, quem assume a Presidência interina volta a ser o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Choi Sang Mok.

Vale ressaltar que Han tem relações próximas com Yoon, e seu principal adversário político no próximo pleito é o líder do Partido Democrático da Coreia, Lee Jae Myung, de centro-esquerda.

O candidato da oposição já confirmado pela sigla para a corrida presidencial lidera disparadamente as intenções de voto, mas corre o risco de ficar fora do pleito por decisão da Suprema Corte, que anulou justamente nesta quinta-feira uma decisão de um tribunal de apelação de absolvê-lo das acusações de suposta violação da lei eleitoral durante suas campanhas em 2021.