A Turquia expulsou o embaixador israelense em Ancara e suspendeu todos os acordos militares com Israel nesta sexta-feira (02/09), em resposta ao relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o ataque à flotilha da Liberdade, em 2010. O documento, elaborado pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe e pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer, concluiu que a operação da marinha israelense — que resultou na morte de nove pessoas — foi excessiva, mas reconheceu a legalidade do bloqueio ao território palestino.
“Neste momento, as medidas que tomamos são: as relações entre a Turquia e Israel ficam reduzidas ao nível de segundo secretário. Todos os funcionários com grau superior a segundo secretário, e, e primeiro lugar o embaixador, devem regressar a seu país no mais tardar na quarta-feira [07/09]”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu.
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Ele comunicou que seu país “vai adotar as medidas necessárias para garantir a liberdade de navegação no Mediterrâneo Oriental”, embora não tenha fornecido detalhes se envolverá o desdobramento da frota militar turca na região. Ancara sustenta que o ataque israelenses aconteceu em águas internacionais. “[o ataque] aconteceu em águas internacionais contra pessoas desarmadas. Disparar contra civis desarmados é um crime contra a humanidade”, disse o chefe da diplomacia turca.
“Inclusive em época de guerra, os estados devem respeitar normas e, segundo essas normas, matar civis é crime de guerra. Mas é que Israel nem sequer está oficialmente em estado de guerra”, criticou. Davutoglu anunciou que a Turquia levará o caso do bloqueio a Gaza ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em protesto contra o relatório da ONU.
Ele também criticou o vazamento do relatório, que ainda não foi aprovado pelo secretário-geral da ONU, Ban ki-moon. “Trata-se da manipulação de informações. É algo que faz pensar”, acrescentou. O chefe da diplomacia turca concluiu que a Turquia não pode manter relações com Israel, “que acredita estar acima do direito e dispara contra pessoas inocentes”.
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