O costureiro Felix Choque deixou a Bolívia há um ano em busca de uma vida melhor no Brasil. Funcionário de uma oficina de costura em São Paulo, onde trabalha 12 horas por dia, ele pretende encaminhar o pedido de anistia ao governo brasileiro. “Quero andar com a cabeça erguida daqui pra frente”, disse o costureiro. “Tenho medo da polícia aqui no Brasil, não vejo a hora de ser um cidadão brasileiro”, afirmou.
O boliviano faz parte de uma comunidade que o Centro de Apoio ao Migrante (Cami), em São Paulo, estima que seja formada por 300 mil pessoas apenas no estado de São Paulo. Segundo a advogada da entidade Tatiana Chang Waldman, com a anistia os imigrantes terão os mesmos direitos dos cidadãos brasileiros, menos o de votar. “O acesso à saúde e à educação eles já têm, porém, enfrentam algumas dificuldades ao tentar matricular os filhos na escola, conseguir certificados”, exemplificou a advogada em entrevista à Agência Brasil.
O autônomo peruano Carlos Sanchez recebeu a anistia em abril deste ano e comemora sua maior vitória nestes três anos em que vive no Brasil: a carteira de trabalho. “Agora já posso arrumar um trabalho melhor”, afirmou. Para a advogada do Cami, a anistia é importante para que os estrangeiros possam exercer a cidadania, já que a falta de documentação os impede de alugar um imóvel e abrir conta em banco, entre outras dificuldades. “Com a carteira profissional eles podem, por exemplo, demandar questões trabalhistas”, disse.
A costureira Carla Garcia está pleiteando sua permanência graças a um acordo que o Brasil fez com a Bolívia. Grávida de sete meses, de um menino, ela espera que o documento a ajude a começar uma nova vida: “Vou conseguir alugar uma casa para minha família”.
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