A 4ª Reunião do Conselho de Chefes de Estado e de Governo da Unasul tem início nesta quinta-feira (25/11) tendo como compromisso fortalecer a importância do bloco sul-americano, que desde a sua criação, em 2008, em Brasília, teve influência no desenvolvimento da autonomia dos países e na resolução de crises regionais. Além disso, o encontro é uma espécie de despedida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do bloco, após dois mandatos em que apoiou com fervor a Unasul.
“Lula confirmou o interesse do Brasil de consolidar sua presença e sua influência na América do Sul e mostrou que o Brasil não só lança, mas também coloca suas iniciativas diplomáticas em prática”, afirmou o analista político Juan Gabriel Tokatlián, da Universidade San Andrés, de Buenos Aires à BBC Brasil. A Unasul foi uma iniciativa lançada pelo Brasil, em 2004, com a intenção de concretizar a integração regional no âmbito econômico e social.
Leia mais:
Unasul foi fundamental na solução de crise equatoriana, dizem chanceleres
Analistas no Equador discordam se revolta policial foi tentativa de golpe ou não
Correa diz a chanceleres da Unasul que rebelião foi tentativa de golpe
Apesar de negar interesse em assumir a Secretaria-Geral da Unasul, Lula é apontado como um candidato em potencial. Desde a morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, em 27 de outubro, o cargo do bloco sul-americano está vago. “Não tenho cara de embaixador. Não quero ser embaixador. Quero ser um cidadão brasileiro. Andar muito pelo Brasil e desligar da Presidência, pois não há nada pior que um ex-presidente fazendo o papel de presidente”, declarou Lula.
Outros fortes candidatos à Secretaria-Geral da Unasul são o ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez e a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
Leia mais:
Argentina destaca principais conquistas de sua gestão no Mercosul
Parlasul discute representação parlamentar dos países do bloco
Amorim defende que Brasil precisa facilitar comércio com vizinhos
Discussões
O Equador, que entrega a presidência temporária do bloco à Guiana, deve apresentar uma proposta de protocolo adicional da chamada cláusula democrática da Unasul. A iniciativa foi aprovada na reunião de emergência do bloco, realizada em setembro, em Buenos Aires, para avaliar a crise política no Equador. Isso daria abertura para prever sanções políticas e econômicas, como também o fechamento das fronteiras dos países limítrofes.
Além disso, deverá ser formalizada a existência “jurídica” da organização, que ainda não existe legalmente. Dessa forma, a Unasul não pôde abrir uma conta bancária conjunta para enviar ajuda contra a cólera ao Haiti, por exemplo, tampouco possui edifício, ou empregados. O “nascimento” jurídico, porém, está próximo, já que só falta mais um país para ratificar sua carta magna.
Leia mais:
Morre Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina
Amorim diz que morte de Kirchner é perda para América do Sul
A nona assinatura no tratado provavelmente será a do Uruguai, o que se espera que ocorra “nas próximas semanas”, segundo Kintto Lucas, vice-chanceler do Equador.
“A questão é se irá se institucionalizar e consolidar como a União Europeia ou se será uma plataforma política para responder a situações diferentes”, disse Michael Shifter, que dirige o Diálogo Interamericano, um centro de estudos com sede em Washington.
Na reunião, serão distribuídas ainda vagas nos diversos conselhos ministeriais, que pela primeira vez não serão exclusivas do país que exerce a Presidência.
Os cargos ganham peso com o aumento gradual da relevância da própria organização, cujas conquistas principais foram a redução das tensões entre Venezuela e Colômbia, a mediação política na Bolívia e a rápida condenação ao recente levante no Equador.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL