Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Na mesma semana em que o Congresso dos Estados Unidos chegou a um acordo sobre as novas sanções econômicas e financeiras sobre o Irã, o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta, não descartou o uso de forças militares para coibir o avanço do programa energético nuclear do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

Agência Efe

O secretário de Defesa norte-americano (esquerda) e o presidente israelense Símon Peres.

As considerações foram feitas durante a visita de Panetta à cidade israelense de Ashkelon, por ocasião de seu encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Autoridade máxima do Pentágono, ele reiterou diversas vezes à imprensa que “todas as opções” serão avaliadas caso procedimentos diplomáticos e penalidades econômicas não sejam suficientes para interromper o desenvolvimento de tecnologias nucleares no país.

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“Se eles continuarem [com este modelo político] e procederem com a [construção de uma] arma nuclear… nós temos opções prontas para serem implementadas para garantir que isto não ocorra”, acrescentou.

Panetta afirma que se Ahmadinejad não desistir do programa nuclear, norte-americanos cogitam possibilidade militar

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No discurso em que oficializou sua recepção a Panetta, Netanyahu proferiu críticas severas ao governo de Ahmadinejad, classificando-o como o “maior patrocinador do terrorismo” e o “mais perigoso regime do planeta”. O premiê israelense não poupou elogios às sanções que vêm sendo implementadas pelos Estados Unidos, mas cobrou do governo de Barack Obama posicionamentos mais rígidos, suficientes para convencer o Irã de que os dois países estão “sendo sérios quando falam em barrar” o Irã.

Em sua réplica, Panetta reiterou a tradicional aliança militar e diplomática que há entre os EUA e Israel e alegou que compartilha das “preocupações [de Netanyahu] quanto à violência no Oriente Médio”, especialmente no que diz respeito ao “conflito sírio” e ao “desenvolvimento de armas nucleares no Irã”.  Quanto à cobrança de Netanyahu por uma maior rigidez de Washington perante Teerã, Panetta expandiu o discurso que preconizava apenas sanções financeiras e deixou claro que “levará em conta todas as opções disponíveis” para evitar a construção de armas atômicas.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, também já se reuniu com Panetta para tratar das tensões entre seu país e o Irã. Acompanhando os passos de Netanyahu, pediu mais pressão dos Estados Unidos sobre a diplomacia do Oriente Médio e alegou que percebe uma probabilidade “extremamente baixa” de que as sanções norte-americanas impeçam o Irã de fabricar armas nucleares.

Ao responder ao pedido de Barak, Panetta lembrou que seu país acaba de formular um novo conjunto de sanções financeiras e econômicas, estratégia, a seu ver, capaz de “negociar limites aceitáveis para seu programa nuclear”. Na hipótese de esses limites serem ultrapassados, o secretário de Defesa é claro: “surge a possibilidade de uma ação militar para impedir o Irã de construir a bomba”.

Questionado pela emissora de TV Channel 2, Netanyahu esclareceu que ainda não possui uma decisão final sobre um possível ataque aéreo sobre o Irã. “O destino de Israel depende exclusivamente de Israel e não de outro país, não importa o quão próximo ele seja”, concluiu em uma clara referência à aliança com os Estados Unidos. Panetta corroborou com as declarações e ressaltou que Israel não deve confiar sua segurança a si próprio e a mais ninguém, “nem mesmo a Washington”.