Em visita pela América do Sul, presidente da Bielorrússia vem ao Brasil
Em visita pela América do Sul, presidente da Bielorrússia vem ao Brasil
Na semana que vem, depois de voltar do Oriente Médio – onde foi questionado por manter boas relações com o Irã de Mahmud Ahmadinejad -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá no Rio de Janeiro mais um líder estrangeiro que questiona a hegemonia ocidental: o presidente da Bielorrússia, Aliaksandr Lukachenka.
Esta será a primeira viagem ao Brasil de Lukachenka, que está agora na Venezuela, onde se reuniu com o presidente Hugo Chávez. O presidente bielorusso chegará na segunda-feira, mas o vice, Vladímir Semashko, chegará ao Rio antes para preparar a visita.
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Em fevereiro, Lukachenka (tratado como “último ditador da Europa” pelos Estados Unidos, apesar de ser sido eleito e reeleito por voto direto, em eleições multipartidárias) se reuniu em Minsk, a capital do país, com uma delegação de Goiás – um dos estados brasileiros que mais importa produtos bielorrussos, principalmente máquinas agrícolas – para debater “cooperação comercial”, conforme noticiou a Belta, a agência de notícias oficial do país europeu.
“Temos um enorme interesse no Brasil”, declarou Lukachenka na ocasião.
Em 2009, o comércio entre a Bielorrússia e o Brasil foi de 424,6 milhões dólares, com balança comercial favorável à antiga república soviética. O Brasil – o maior parceiro comercial da América Latina, segundo o Ministério do Desenvolvimento – importou 373,8 milhões de dólares e exportou 50,8 milhões dólares, principalmente em açúcar, sacarose e agentes de coloração. Os produtos importados são minerais e fertilizantes de potássio.
No poder desde 1996, Lukachenka é conhecido por ter mantido a economia de seu país estatizada, no modelo soviético, combatendo privatizações e mantendo o perfil agrário do país. No plano externo, questiona a influência da Europa Ocidental sobre os antigos satélites da URSS e manteve a Bielorrússia aliada à Rússia, com a qual assinou, entre 1998 e 2004, uma série de acordos que previam uma futura unificação entre os dois países.
“Podemos dizer, com segurança, que Bielorrússia e Brasil têm posições similares sobre os principais assuntos da agenda internacional”, disse o presidente bielorrusso, citado pela agência de notícias espanhola Efe.
Relações bilaterais
Em 2009, a Bielorrússia comercializou com pelo menos 140 países, sendo a Rússia o principal parceiro comercial. Junto com a Índia e a Alemanha, o Brasil tem crescido na agenda econômica do país. Segundo a OMC (Organização Mundial de Comércio), ao lado da China, do Chile e da Ucrânia, a Bielorússia entrarou na lista de grandes exportadores de produtos ligados à produção agrícola.
O histórico nas relações entre os dois países vem sendo de crescimento, passando de 59 milhões de dólares, em 1998, para 146,4 milhões de dólares em 2004.
As relações diplomáticas do Brasil com a Bielorrússia foram estabelecidas no dia 10 de fevereiro de 1992, menos de um ano após a independência do país da união Soviética.
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