O primeiro-ministro da Grécia, Giorgos Papandreou, do Pasok (Partido Socialista Pan-helênico) obteve nesta sexta-feira (04/11) um voto de confiança no Parlamento de seu país. A vitória foi apertada, por nove votos de diferença: 153 a 144. Três deputados se abstiveram.
O resultado garante a sobrevivência do governo, que havia pedido à oposição que se unisse em torno de uma coalizão pluripartidária, proposta recusada pelo líder do principal partido opositor, Antonis Samaras, da ND (Nova Democracia). O governo contou com o voto de deputados “rebeldes” do Pasok contrários aos rumos tomados pelo premiê e de outros partidos minoritários.
Saída inevitável?
Segundo a agência de notícias Associated Press, entre esta sexta-feira e sábado, Papandreou deverá pedir demissão de seu cargo Mesmo com a vitória. Ele daria lugar ao ministro de Finanças, Evangelos Vanizelos. Papandreou deverá se encontrar amanhã com o presidente grego Carolos Papouilas. O voto de confiança, além de assegurar o acordo, teria o objetivo de fazer com que o político deixasse o poder de “cabeça erguida”.
Em seu discurso pouco antes da votação, Papandreou deixou claro que estava disposto a entregar o cargo e dar início imediato às negociações para formar um governo de coalizão. Pouco depois, seu ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, reforçou a mensagem, indicando até a disposição de convocar eleições no fim de fevereiro, mas não imediatamente, como exigiam os líderes da oposição. A oposição não concordou.
Remédio amargo
A vitória de Papandreou também deverá garantir o acordo de ajuda financeira entre a Grécia e o grupo chamado “Troika” (formado por União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) para pagar sua dívida “soberana”. A Grécia receberia, segundo este acordo ,130 bilhões de euros e obteria o perdão de 50% de sua dívida com credores privados. Em troca, o país terá de realizar uma série de duas medidas de austeridade econômicas, que afetarão diretamente a população – aumento de impostos, cortes de funcionários públicos, entre outros.
Em seu discurso, Papandreou defendeu as medidas como a única saída para evitar o colapso financeiro do país,a beira de tornar-se insolvente. “Este acordo não pode ser desperdiçado, a história os julgará irresponsáveis caso isso ocorra. Ao contrário do que tem sido divulgado, os salários e aposentadorias não serão reduzidos pela metade caso o acordo seja implementado”.
Segundo o primeiro-ministro, o acordo garante os depósitos bancários, os salários e as pensões, além de ser uma “última oportunidade para pôr o país em bases sólidas”.
Entretanto, na segunda-feira (31/10), Papandreou surpreendeu os demais países membros da União Europeia ao propor que a população realizasse um referendo para aprovar as medidas de austeridade.O anúncio causou pânico no mercado financeiro e derrubou as bolsas em todo o mundo. Após França e Alemanha ameaçarem deixar o país fora da zona do Euro e suspender a ajuda financeira, o premiê voltou atrás. A medida o enfraqueceu muito politicamente.
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