O embaixador do Peru na Bolívia, Fernando Rojas, retornou hoje (31) a La Paz depois do fim das tensões bilaterais provocadas por sua convocação para consultas pelo governo de Lima no dia 15 de junho.
Ao chegar a La Paz, Rojas disse se sentir “em casa e extremamente contente” por voltar à Bolívia onde, segundo ele, seu objetivo é “trabalhar de maneira construtiva e permanente defendendo os interesses do Peru”, fomentando a relação entre os dois países, informou a ABI (Agência Boliviana de Informação).
O retorno do diplomata ocorre depois de a crise nas relações bilaterais ter sido resolvida em um recente encontro em Assunção entre os ministros das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, e do Peru, José Antonio García Belaúnde.
Nessa reunião, na qual Rojas também esteve presente, segundo revelou hoje o diplomata, serviu para “virar a página”, declarou o embaixador.
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Bagua
Pela segunda vez em sua missão diplomática na Bolívia, Fernando Rojas foi chamado para consultas a Lima um mês e meio depois de o governo do presidente boliviano, Evo Morales, ter responsabilizado seu colega peruano, Alan García, pela repressão aos protestos indígenas no Peru, que tiveram saldo de 34 mortos, sendo 24 policiais e o restante civis.
Por outro lado, o Lima acusou o presidente Morales de instigar a violência ocorrida nessa região.
Asilo
Os governos de García e Morales já tinham travado disputas verbais por suas diferenças em torno da CAN (Comunidade Andina) e pelo asilo concedido por Lima a três ex-ministros acusados de genocídio na Bolívia.
Na reunião realizada pelos chanceleres no último dia 23 em Assunção por ocasião da cúpula do Mercosul, o Peru se comprometeu a analisar a documentação enviada por La Paz para pedir a suspensão do asilo aos três ex-ministros.
O Governo peruano deu asilo a três ex-ministros da gestão do ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada (2002-2003), apesar de serem processados por sua suposta responsabilidade em um massacre ocorrido em outubro de 2003.
Naquele ano, morreram na Bolívia mais de 60 pessoas durante a repressão das forças de segurança contra protestos antigovernamentais.
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