A missão de 80 empresários brasileiros que visita a África Subsaariana chegou ao Senegal. Na segunda parada da viagem, a agricultura deve prevalecer entre os temas de comércio.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, abriu na manhã de ontem (9) a exposição Brasil Agri-Solutions e também participou do Fórum Brasil-África Subsaariana, que tem painéis sobre desenvolvimento agrícola, agricultura familiar e biocombustíveis.
“O Brasil está pronto a compartilhar sua experiência e conhecimentos com a África. O Brasil tem muito conhecimento para transmitir na produção de grãos, frutas, hortaliças e na criação de gado bovino, de suínos e de aves. Pretendemos implementar uma cooperação muito diferenciada”, afirmou o ministro no discurso de abertura do fórum.
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O Senegal tem 2 milhões de hectares agricultáveis, segundo Miguel Jorge, “com condições climáticas propícias para plantar matérias-primas, como a cana-de-açúcar, utilizada na produção de etanol, e o pinhão-manso, na de biodiesel”.
Os produtos de origem na agroindústria como arroz em grãos, óleo de soja, açúcar refinado, leite concentrado, pimenta em grão, carne bovina e ovos de galinha estão entre os dez de maior comércio com Senegal entre janeiro e abril deste ano.
Em 2008, os destaques foram adubos e fertilizantes. Naquele período, o Brasil exportou US$ 37,6 milhões em mercadorias e importou apenas US$ 278 mil. Neste ano, o volume de exportações está 17,4% abaixo do verificado nos primeiros quatro meses do ano passado. Em 2008, a corrente de comércio entre os dois países atingiu US$ 184,2 milhões.
A visita dos empresários brasileiros ao Senegal é bem-vinda, garante o embaixador do país no Brasil, Fodé Seck. “É muito importante e estratégico tanto para o Brasil quanto para o Senegal e a África”.
Sul-Sul
Segundo o embaixador, a aproximação com o Senegal pode viabilizar negócios no lado oeste do continente, uma vez que o presidente senegalês, Abdo Ulaye Wade, é coordenador de quatro de oito áreas de cooperação no comércio interafricanas: infraestrutura, transporte, energia, agricultura e comunicação.
Além do continente, o Senegal tem acesso à exportação sem cota para a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá, de acordo com Fodé Seck. Ele assegura que o país está à frente do “pan-africanismo” e se pauta pela articulação “Sul-Sul entre as nações em desenvolvimento”.
A importância do Senegal é reconhecida pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira. “É o país mais agressivo do ponto de vista cultural e comercial.”
Entre 1º e 14 de dezembro deste ano, o Senegal promoverá o Festival de Arte Negra, lançado em Salvador no mês passado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será convidado de honra na abertura do evento.
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