Empresários e banqueiros italianos desafiaram nesta terça-feira (01/11) o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, a tomar medidas imediatas para enfrentar a crise da dívida ou renunciar ao cargo “pelo bem da Itália”.
O desafio foi lançado em comunicado assinado pela ABI (Associação Bancária Italiana), Aliança das Cooperativas, Confindustria (patronal da indústria), Ania (Associação Nacional de Seguradoras) e Rede de Empresas Italianas.
“A situação nos mercados financeiros está se precipitando e nosso país está no centro das turbulências internacionais”, diz a nota. “A atual situação é insustentável para a Itália e para os italianos. Não podemos continuar vendo o aumento das gratificações de risco e a queda do valor das ações”.
O protesto foi feito num dia em que a Bolsa de Valores de Milão fechou em baixa de 6,80% e a prêmio de risco chegou a bater os 450 pontos, índice mais alto desde a introdução do euro nos mercados financeiros, em 1999.
“Não podemos correr o risco de perder em poucas semanas o que construímos em décadas de trabalho”, alertam os banqueiros e empresários. “Não se pode continuar negando os riscos, não se pode dizer que não há pressa, não se pode levar em conta considerações de modesto nível político em relação à exigência básica de salvar a Itália”.
Os signatários do comunicado pediram que o Governo aja imediatamente “executando as medidas que o BCE (Banco Central Europeu) nos exigiu em agosto e nos dias passados, no comunicado final do Conselho Europeu”.
Para os empresários, a próxima Cúpula do G20 (bloco das principais nações ricas e emergentes), que será realizada na próxima quinta-feira (03) em Cannes (França), “deve ser a ocasião para apresentar à comunidade internacional os resultados concretos da ação do Governo.
“Se isso não ocorrer, o Governo assumirá uma responsabilidade histórica com os italianos e com toda a comunidade internacional”, adverte o comunicado.
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