Convocados pelo governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), partidos de esquerda de cerca de 40 países se reuniram a partir da quinta (19) em Caracas, capital venezuelana no Encontro Internacional Partidos de Esquerda.
O principal objetivo foi debater temas como o socialismo no século XXI, e a “ameaça do imperialismo norte-americano”, em particular por meio do uso das bases militares em território colombiano.
Na reunião, que teve início com grupos cantando o slogan “Ianques go home, ianques go home”, participaram mais de 60 partidos políticos de esquerda, entre 120 a 150 delegados. Entre eles, estavam presentes os representantes do PT (Partido dos Trabalhadores) do Brasil, do Pólo Democrático Colombiano, do Partido Humanista do Chile, do Justicialista da Argentina, a Frente Ampla do Uruguai, o Partido comunista francês, e o partido italiano Refundazione.
“Este encontro é vital e histórico em momentos nos quais nosso povo nos chama para que estejamos juntos a eles, quando avançam rumo a um novo modelo de sociedade”, disse em seu discurso de abertura do encontro, a primeira vice-presidente do PSUV, Cilia Flores.
Esquerdas e esquerdas
Diante das questões sobre qual esquerda representam, ou o que uniria os partidos que participavam da reunião, a integrante do PSUV Ana Elisa Osório respondeu “o que temos em comum é a convicção de que há um luta antiimperialista”.
“Há uma rejeição das bases norte-americanas na Colômbia, de sua intervenção em Honduras. Uma reação diante da reativação da quarta frota (dos Estados Unidos no Caribe) e das agressões norte-americanas”, acrescentou.
Osório explicou a ausência de alguns partidos, como o Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE) pelo fato que “não tinha unificação, existem muitas correntes”.
Já Meléndez, dirigente do partido venezuelano Movimento ao Socialismo (MAS), atualmente na oposição e ausente do encontro, afirmou que o que diferencia os partidos de esquerda é maneira “como se relaciona com esse regime [capitalista], na busca por uma saída”. “Eu acredito que o sentimento antiimperialista existe em todas as correntes da esquerda”, conclui.
“Nós rejeitamos qualquer saída que, amparando-se na idéia antiimperialista, pretenda ver-se sobre a base da confrontação. Acreditamos que deve haver um esforço dentro de uma idéia democrática para enfrentar os erros que o governo norte-americano, atuando como uma grande potência exerce sobre os demais povos da América Latina”, afirmou ao se referir entre as principais diferenças entre seu partido e o governista PSUV.
Foro São Paulo
O encontro em Caracas surgiu depois de o PSUV solicitar, no 15º Foro de São Paulo, realizado em agosto na cidade do México, a realização de um encontro continental na Venezuela, com partidos socialistas da América Latina, Europa, África e Ásia.
O Foro de São Paulo designa o encontro bianual de partidos políticos e organizações sociais da América Latina e do Caribe. A primeira reunião foi organizada na cidade de São Paulo – de onde tomou seu nome – em 1990 com objetivo de discutir os rumos da esquerda após a queda do Muro de Berlim. Os partidos e as organizações voltam a se reunir a cada dois anos em locais distintos.
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