Equador assume controle de operações em campos que eram da Petrobras

O Equador tomou o controle dos campos que eram de responsabilidade da Petrobras, na Amazônia equatoriana, nesta quinta-feira (25/11) após o fracasso de uma renegociação contratual com a empresa brasileira.

O ministro de Recursos Naturais Não Renováveis, Wilson Pástor, disse em um encontro com jornalistas que a empresa estatal Petroamazonas assumirá, a partir desta quinta-feira, o controle dos campos da Petrobras. Ele lembrou que a outra petrolífera estatal, a Petroecuador, tomará o controle de outras três petrolíferas que também não chegaram a um acordo na renegociação dos contratos com o Estado: a sul-coreana Canadá Grande, a chinesa CNPC e a norte-norte-americana EDC, que também deixarão o país. Pástor detalhou que as companhias têm um prazo de 120 dias para entregar suas operações às petrolíferas estatais.

Sobre se a Petrobras poderia voltar ao país no futuro, ele assegurou que a “decisão é irreversível”, por isso a transferência das operações das petrolíferas estrangeiras às estatais será realizada de “forma ordenada” e “profissional”.

O ministro disse que o Equador se comprometeu com a Petrobras de pagar “os investimentos não amortizados”, um número que supera os de dólares 163 milhões, e que o governo pagará em parcelas para que “não afete os orçamentos públicos”. No caso da Canadá Grande, o Equador liquidará “todas as dívidas que a companhia tem com o Estado”, que são de aproximadamente de dólares 4 milhões, e não detalhou os números a respeito da chinesa CNPC. Por outro lado, a empresa de gás EDC, que opera no Golfo de Guayaquil, “está dando todo o apoio para que em 120 dias tenhamos uma transferência absolutamente profissional”.

O ministro explicou que na tarde de quarta-feira os diretores da Petroecuador visitaram as instalações da companhia, enquanto na manhã desta quinta-feira ele esteve nas da Petrobras, onde assegurou que não despedirá nenhum trabalhador.

A Petrobras, a Canadá Grande, a CNPC e a EDC não chegaram a um acordo na renegociação dos antigos contratos de participação na renda petrolífera, pelos novos convênios de prestação de serviços que o governo de Quito exigiu a todas as petrolíferas que operavam no país. De acordo com o novo modelo de contrato, o Estado é o dono de todo o petróleo extraído pelas empresas privadas, que pagarão por cada barril uma tarifa fixa, e ficará com o lucro extra de qualquer alta no preço do petróleo.

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