Equador: Luisa González acusa partido e empresas de Noboa de relação com narcotráfico
Último debate antes do segundo turno eleitoral abordou as crises econômica e de segurança pública vividas no país, que é governado pela extrema direita
O Equador viveu, na noite deste domingo (23/03), último debate prévio ao segundo turno das eleições presidenciais, no qual estiveram presentes ambos os candidatos: Luisa González, representante do partido de centro-esquerda Revolução Cidadã (RC), e Daniel Noboa, atual presidente e candidato à reeleição pela sigla de extrema direita Ação Democrática Nacional (ADN).
O programa foi marcado por diversas perguntas relacionadas às crises econômica e de segurança pública enfrentadas pelo país nos últimos anos, especialmente desde 2023, ano em que Noboa assumiu seu atual mandato.
Durante o debate, a candidata de centro-esquerda vinculou Noboa às grandes organizações de narcotráfico que operam no Equador, ao citar uma investigação da Procuradoria Geral do país que apresenta provas da ligação dessas quadrilhas com uma das suas principais assessoras pessoais do mandatário.
Se trata de María Moreno, uma operadora política que exerce o cargo de presidente do partido ADN ao mesmo tempo em que participa da direção executiva do Grupo Noboa, a partir da qual também dirige as nove empresas da família do presidente.
“Basta acessar agora mesmo o site da Procuradoria Geral da República e buscar o nome da presidente do ADN, do partido de Daniel (Noboa), e rapidamente irão descobrir que ela responde a casos por tráfico de drogas”, acusou González, durante o debate.

Luisa González e Daniel Noboa disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no Equador no dia 13 de abril
Mercenário e bases militares dos EUA
O candidato a reeleição respondeu dizendo que a denúncia da adversária era uma mentira e que ela é que estaria supostamente vinculada a carteis mexicanos.
Ademais, Noboa prometeu enfrentar a crise da segurança pública através de um acordo com o governo dos Estados Unidos para a instalação de bases militares no país, além de consolidar um contrato com a empresa militar Blackwater, conhecida por disponibilizar mercenários para governos e grupos privados em diversos países do mundo e apontada como uma possível prestadora de serviços para grupos políticos que organizaram tentativas de derrubar governos na Venezuela, tanto no período de Hugo Chávez (1999-2013) quando no de Nicolás Maduro (2013 até a atualidade).
Dias antes do debate, Noboa recebeu no palácio presidencial o fundador e dono da Blackwater, o empresário Erik Prince, e afirmou, após a reunião, que “estabelecemos uma aliança estratégica para fortalecer nossas capacidades na luta contra o narcoterrorismo e a proteção de nossas águas contra a pesca ilegal. Não há trégua. Não há como voltar atrás. Vamos em frente”.
Cenário do segundo turno
As eleições presidenciais no Equador tiveram um cenário de quase empate no primeiro turno, entre os dois principais candidatos: Noboa foi o vencedor, com 44,17% das preferências, enquanto González ficou em segundo lugar, com 44,01%. A diferença entre os dois foi de menos de 17 mil votos.
O segundo turno entre acontecerá no dia 13 de abril.
Com informações de TeleSur e RT.
