Domingo, 20 de abril de 2025
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A candidata presidencial Luisa González, líder do Revolução Cidadã, maior partido de esquerda do Equador, assinou neste domingo (30/03) um acordo programático com o partido indígena Movimento Plurinacional Pachakutik, que oficializa o apoio desse setor à sua candidatura no segundo turno das eleições presidenciais no país – marcadas para o próximo dia 13 de abril.

A assinatura do acordo foi realizada em um evento na cidade de Tixán, na província de Chimborazo, onde se reuniram mais de 20 mil pessoas. Os protagonistas do ato foram a própria Luisa González e o presidente nacional do Pachakutik, Guillermo Churuchumbi, que colocaram suas firmas no documento.

O líder indígena Leónidas Iza, presidente da Confederação Nacional Indígena do Equador (Conaie) e candidato presidencial do Pachakutik no primeiro turno, não esteve presente, mas enviou uma mensagem em vídeo que foi reproduzida durante o ato. Vale lembrar que a Conaie já havia declarado apoio a Luisa, em meados de março.

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Iza foi o terceiro colocado no primeiro turno, realizado em 9 de fevereiro, com 5,25% dos votos. Além disso, o Pachakutik também foi o terceiro partido mais votado nas eleições legislativas, conquistando nove vagas para o Parlamento unicameral do país (6% do total). Junto com os 67 representantes do Revolução Cidadã, os partidos formarão uma bancada que terá maioria simples Legislativo a partir deste ano.

O segundo turno das eleições equatorianas acontecerá no próximo dia 13 de abril, quando Luisa González enfrentará o atual presidente Daniel Noboa, candidato à reeleição pelo partido de extrema direita Ação Democrática Nacional (ADN).

No primeiro turno, Noboa teve 44,17% dos votos, enquanto Luisa teve 44,01%, a diferença entre ambos foi de pouco mais de 16 mil votos.

‘Uma nova maioria’

Durante o evento, Luisa González disse que o acordo entre seu partido e o Pachakutik determina que “uma nova maioria está surgindo, através de um pacto de unidade, não se trata de um pacto eleitoral e sim de um passo em direção à transformação profunda do Equador nos próximos anos”.

“Nosso país tem 7 milhões de pessoas pobres que esperam uma mudança em benefício de suas comunidades”, ressaltou a líder do Revolução Cidadã.

Partido Revolução Cidadã
Luisa González assinou acordo programático com lideranças do Movimento Plurinacional Pachakutik

Por sua parte, o presidente do Pachakutik, Guillermo Churuchumbi, destacou as principais exigências do partido para fazer o acordo: a promoção de uma política ambiental mais severa contra empresas mineradoras e petrolíferas, a adoção de um sistema de educação que reconheça e ensine os idiomas indígenas nas escolas públicas, a diminuição do imposto sobre valor agregado (IVA) para 15% para 12% – revertendo medida adotada por Noboa – e o compromisso de não privatizar setores estratégicos.

“Acreditamos que este acordo pode iniciar transformações verdadeiras para as nossas comunidades (indígenas) e esperamos que elas aconteçam, e que as nossas demandas finalmente sejam escutadas pelos governantes deste país”, disse o líder indígena.

Noboa com Trump em Miami

Enquanto a candidata de esquerda assinava um acordo com as comunidades indígenas, o atual presidente e candidato à reeleição Daniel Noboa viajou aos Estados Unidos e se encontrou com o presidente norte-americano Donald Trump, não na Casa Branca, mas sim em Miami.

Não se sabe se houve uma reunião entre os dois mandatários, já que a publicação de uma foto entre eles nas redes sociais do equatoriano não foi acompanhada de uma mensagem de texto, apenas dois emojis das bandeiras dos respectivos países. Tampouco a Casa Branca se pronunciou oficialmente sobre o encontro entre Noboa e Trump.

Em meados de março, o presidente do Equador recebeu em Quito o dono e fundador da Blackwater, o ex-militar e empresário Erik Prince. O encontro teria sido para firmar uma “aliança estratégica contra o crime organizado”, segundo Noboa.

Vale lembrar que a Blackwater possui um histórico de ações controversas em diversos países do mundo, e apontada como uma possível prestadora de serviços para grupos políticos que organizaram tentativas de derrubar governos na Venezuela, tanto no período de Hugo Chávez (1999-2013) quando no de Nicolás Maduro (2013 até a atualidade).

 

Com informações de TeleSur.