O governo do Equador se negou nesta sexta-feira (02/09) a reconhecer a autoridade do CNT (Conselho Nacional de Transição) na Líbia, argumentando que o órgão foi constituído com base em uma “intervenção estrangeira” no conflito contra o governo de Muamar Kadafi.
“Nós não vamos reconhecer esse organismo. Temos que ver o que se passa lá, há uma espécie de confusão”, classificou ontem o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, em declarações à imprensa.
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Segundo ele, “esse espaço de governo, que neste momento é ainda débil, está constituído sobre a base de uma claríssima intervenção estrangeira no conflito e determinante para os resultados finais”.
Patiño assinalou que o Equador ainda esperará o desenrolar dos acontecimentos no futuro para tomar alguma decisão de nível diplomático com relação aos rebeldes líbios.
Ele também reivindicou mudanças dentro da ONU (Organização das Nações Unidas), principalmente quanto à constituição e aos poderes do Conselho de Segurança, que aprovou em março a zona de exclusão aérea sobre o território líbio que levou à ação militar da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país.
O governo de Rafael Correa não é o único na América Latina a não reconhecer o CNT como interlocutor válido da Líbia. Pelo contrário, a maior parte das nações da região não reconheceu formalmente o conselho — apenas Panamá e Colômbia fizeram-no.
Brasil e Argentina esperam uma resolução das Nações Unidas sobre o assunto, enquanto Bolívia, Venezuela e Nicarágua já manifestaram que não reconhecerão a autoridade dos rebeldes em nenhuma hipótese.
Ontem, representantes de 63 Estados estiveram presentes em Paris, onde ocorreu uma reunião multilateral para discutir o futuro da Líbia. No encontro, os líderes decidiram desbloquear US$ 15 bilhões dos US$ 100 bilhões congelados por resolução da ONU dos fundos de Kadafi em bancos estrangeiros e manter os ataques da OTAN até encontrar Kadafi.
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