O poeta e cantor cubano Sílvio Rodríguez afirmou, em Havana, que o governo dos Estados Unidos não lhe concedeu visto de entrada para poder participar no sábado (2) de um concerto em homenagem ao seu colega norte-americano Pete Seeger.
Seeger, que completou 90 anos na semana passada, convidou uma série de amigos para um show no Madison Square Garden, em Nova York, do qual o cubano deveria participar, junto a artistas como Bruce Springsten, Joan Baez e outros identificado com a canção pacifista norte-americana.
Rodríguez estava em Paris, onde pediu o visto de entrada na embaixada norte-americana. No sábado decidiu voar diretamente a Havana, pois seu nome não aparecia na página na internet da embaixada com o visto concedido.
“É 1º de maio, são 20h40 em Paris e acabo de visitar o site da embaixada onde publicam notícias sobre os vistos pedidos. O meu pedido aparece como ‘sendo processado’, tal como vem acontecendo desde que o pedi”, afirmou o cantor cubano, em comunicado.
Rodríguez acrescentou que contatou familiares de Seeger e os avisou da impossibilidade em assistir ao concerto em Nova York e, de passagem, comentou “o pouco respeito que o Departamento de Estado mostrou pelo convite para celebrar os 90 anos do querido Pete Seeger, lenda viva da canção norte-americana”.
“Acho que a atitude do Departamento de Estado é muito contraditória com o desejo expressado pelo presidente Barack Obama de uma aproximação com Cuba. Como trabalhador da cultura cubana, me sinto tão bloqueado e discriminado como por outros governos. Espero que isto mude algum dia”, acrescentou o cantor cubano.
45 dias de antecedência
Não está claro quando Rodríguez solicitou o visto. Normalmente, no caso de cubanos, as embaixadas norte-americanas pedem que o pedido seja feito com 45 dias de antecedência. Há três semanas, uma fonte cubana informou o Opera Mundi que o cantor deveria viajar aos Estados Unidos em breve.
Ontem (4), um porta-voz do Departamento de Estado não quis comentar o caso de Rodríguez, porque “ainda está em fase de processo e a lei o impede de fazer”.
Segundo o estabelecido pela antiga administração de George W. Bush, nenhum funcionário do governo cubano pode entrar nos Estados Unidos. Mas Rodríguez já nem sequer é membro do parlamento de seu país, um cargo que manteve durante mais de 20 anos.
Seu caso não é único, apurou o Opera Mundi junto a fontes cubanas. Na mesma situação se encontra o escritor Leonardo Padura e os grupos musicais, Sampling e Van-Van, todos com convites e contratos para participar de conferências e atuar em palcos norte-americanos.
NULL
NULL
NULL