Escritório da ONU no México pede que Calderón 'redobre esforços'

A representação no México da Organização das Nações Unidas (ONU) insistiu nesta sexta-feira (29/10) para que o governo do presidente Felipe Calderón “redobre esforços” e adote medidas que garantam a tranquilidade e a paz dos mexicanos.

O organismo condenou os três recentes ataques executados por comandos armados em Ciudad Juárez, estado de Chihuahua; Tijuana, Baixa Califórnia; e Tepic, em Nayarit. No total, pelo menos 36 jovens foram assassinados nas ações, registradas entre a sexta-feira, dia 22, e ontem.

Para a ONU, é “necessário” que sejam investigados de maneira “rápida e diligente” os ataques do crime organizado, a fim de que “se consiga capturar, julgar e sancionar” os responsáveis. Segundo o coordenador das Nações Unidas no México, Magdy Martínez-Solimán, as chacinas “são uma estratégia do crime” para gerar “medo” entre os mexicanos.

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Ele também negou que a insegurança que prevalece no país há quase quatro anos — desde que Calderón assumiu e convocou 100 mil militares e policiais para atuar no combate ao narcotráfico — obriga a ONU a analisar a possibilidade de enviar à região suas forças de paz, cujos integrantes são conhecidos como capacetes azuis.

“Não é um país que está em guerra e obviamente não existem as condições nem a necessidade. O México tem, como nação, a capacidade de resolver seus problemas. Neste, que é um problema grave entre muitos outros, poderia aproveitar assessoramento, conselho e acompanhamento. De nenhuma maneira intervenção internacional”, apontou ele.

De acordo com dados oficiais, os confrontos entre forças de ordem e carteis, e de carteis entre si, já deixaram pelo menos 28 mil vítimas fatais desde dezembro de 2006. Além disso, analistas opinam que regiões inteiras passaram para o poder dos criminosos, enquanto são registradas ações de “narcoterrorismo”, como a explosão de carros-bombas, e o sequestro de políticos e jornalistas.

Segundo uma pesquisa da empresa Gabinete de Comunicação Estratégica (GCE) divulgada hoje, 57,8% dos mexicanos acham que o ex-presidente Vicente Fox (2000-2006) — que antecedeu Calderón e também pertence ao Partido Ação Nacional (PAN) — “falhou na luta contra o narcotráfico”.

Ao mesmo tempo, 70% das pessoas avalizaram a estratégia de enfrentamento armado inaugurada pelo atual presidente — o qual sustenta que Fox cometeu “equívocos” durante seu governo, e denuncia o fato de que ele “não atuou a tempo” contra o crime.

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