Efe
A Espanha “não tem que pedir desculpas à Bolívia”, disse nesta sexta-feira (05/07) o ministro das Relações Exteriores do país, José Manuel García-Margallo, após a crise diplomática com vários países europeus que não permitiram o sobrevoo do avião do presidente Evo Morales em seus territórios por suspeitas de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estava a bordo da aeronave.
[“Faz parte do segredo”, respondeu o ministro ao ser perguntado se recebeu algum telefonema dos EUA]
Além disso, o chanceler assumiu que o país foi informado que Snowden estava na aeronave, mas não disse qual foi a fonte da informação. O governo boliviano acusou Washington de dar ordens aos países para intimidá-lo e amedrontá-lo e sugeriu que a Europa “se livre do imperialismo norte-americano”. Os EUA disseram que a decisão partiu dos próprios países envolvidos no episódio.
Ontem, seis presidentes de países da Unasul exigiram que Espanha, França, Itália e Portugal pedissem “desculpas públicas” por terem negado a entrada do avião de Morales em seus espaços aéreos na última terça-feira. “Nos disseram que (Snowden) estava dentro” do avião, respondeu o ministro em referência ao ex-técnico norte-americano, que é procurado por espionagem nos EUA e se encontra no aeroporto de Moscou há duas semanas.
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Por causa do fechamento dos espaços aéreos dos países europeus citados, o avião do líder boliviano ficou retido por 13 horas no aeroporto de Viena, desencadeando uma forte tensão diplomática. Num primeiro momento, as nações europeias não confirmaram a versão boliviana.
O chanceler espanhol afirmou que, nesse momento, não se podia verificar se era verdade ou não e que, caso Snowden estivesse no avião, “nós estaríamos diante de um dilema importante”, porque “não poderíamos detê-lo e enviá-lo” aos EUA. “Faz parte do segredo”, respondeu o ministro ao ser perguntado se recebeu algum telefonema dos EUA.
García-Margallo insistiu que a Espanha jamais negou ou bloqueou a escala do avião presidencial boliviano nas Ilhas Canárias, nem fechou seu espaço aéreo para a mesma. Ao contrário, o ministro afirmou que o governo espanhol “sempre” deu todas as autorizações para essa escala técnica nas Canárias.