Esquerda vence em Fortaleza, e direita domina 2º turno das municipais no Brasil: veja resultados
Evandro Leitão foi eleito prefeito com 50,38% na capital cearense; bolsonarismo e centrão dominam cidades
Evandro Leitão (PT) será o novo prefeito de Fortaleza (CE). Neste domingo (27/10), obteve 50,4% dos votos e derrotou o bolsonarista André Fernandes (PL), que teve votação de 49,6% da capital cearense, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Leitão vence com apoio do campo popular e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
André Fernandes, além do apoio de Jair Bolsonaro (PL), também contou com a omissão de Ciro Gomes (PDT), que focou em ataques ao candidato petista durante o período que antecedeu este segundo turno.
Como resultado geral das eleições municipais de 2024 no Brasil, aponta-se uma derrota para a esquerda. Nas capitais, o PT vai governar apenas Fortaleza.
O partido perdeu nas outras três capitais nas quais disputava contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro: Cuiabá (MT), onde Abilio Brunini (PL) superou Lúdio Cabral; Porto Alegre (RS), com a vitória do prefeito Sebastião Melo (MDB) sobre Maria do Rosário; e Natal, onde Natália Bonavides perdeu para Paulinho Freire (União Brasil).
Das 26 capitais, candidatos apoiados por Lula (seja desde o começo ou apenas no segundo turno) foram eleitos em sete: Evandro Leitão (Fortaleza-CE), do PT; João Campos (Recife-PE), do PSB; Eduardo Paes (Rio de Janeiro-RJ) e Fuad Noman (Belo Horizonte-MG), do PSD; Igor Normando (Belém-PA), do MDB; Eduardo Siqueira Campos (Palmas-TO), do Podemos; e Cícero Lucena (João Pessoa-PB), do PP.
Por outro lado, candidatos apoiados por Bolsonaro venceram em 12 capitais: Topázio Neto (Florianópolis-SC) e Eduardo Pimentel (Curitiba-PR), do PSD; Tião Bocalom (Rio Branco-AC), João Henrique Caldas (Maceió-AL), Emília Corrêa (Aracaju-AL) e Abilio Brunini (Cuiabá-MT), do PL; Arthur Henrique (Boa Vista-RR), Sebastião Melo (Porto Alegre-RS) e Ricardo Nunes (São Paulo-SP), do MDB; Bruno Reis (Salvador-BA) e Paulinho Freire (Natal-RN), do União Brasil; e Adriane Lopes (Campo Grande-MS), do PP.
As eleições também confirmam a hegemonia do centrão em nível municipal. Ao todo, 20 capitais serão comandadas pelo bloco conhecido por apoiar todos os governos federais, tanto à esquerda quanto à direita, incluindo cinco do PSD (Rio de Janeiro, Florianópolis, São Luís, Curitiba e Belo Horizonte), cinco do MDB (Belém, Boa Vista, Macapá, Porto Alegre e São Paulo), quatro do União Brasil (Goiânia, Natal, Salvador e Teresina), dois do PP (Campo Grande e João Pessoa), dois do Podemos (Palmas e Porto Velho), um do Avante (Manaus) e um do Republicanos (Vitória).

Segundo turno das eleições municipais no Brasil foi realizado neste domingo (27/10) em 51 cidades do país, sendo 15 capitais
Eleições municipais em São Paulo
O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito para o cargo neste domingo (27/10) no segundo turno das eleições municipais, com mais de 3,3 milhões de votos.
Com 100% das seções totalizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, teve 59,35% dos votos. Já seu oponente, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 40,65% (2.323.901 de votos).
Apesar do crescimento de Boulos na reta final, a vitória do atual prefeito era esperada, de acordo com as pesquisas de intenções de votos publicadas entre o primeiro e segundo turno.
O dia eleitoral na cidade de São Paulo foi marcado por acusações, sem provas, por parte do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao declarar que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teria orientado votos para Boulos.
As declarações de Tarcísio ocorreram no Colégio Miguel de Cervantes, na zona sul da capital paulista, local de votação do governador. “Teve o salve. Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientado determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de interceptação, de inteligência, mas não vai influenciar as eleições”, afirmou o governador bolsonarista.
Logo depois, o candidato do PSOL afirmou que a acusação é o laudo falso do segundo turno, referindo-se ao falso documento publicado por Pablo Marçal (PRTB) dois dias antes do primeiro turno que associou o Boulos ao uso de cocaína.
“Aconteceu algo extremamente grave, uma declaração irresponsável e mentirosa do governador Tarcísio de Freitas, ao lado do meu adversário, querendo atribuir que crime organizado, PCC, teria orientado voto em mim, sem apresentar nenhum tipo de prova. Esse é o laudo falso do segundo turno”, disse Boulos, em coletiva de imprensa em frente à sua casa, no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato
