Estados Unidos e Rússia retomaram em Londres, na véspera da reunião de cúpula do G20, o diálogo para o desarmamento nuclear, interrompido há quase uma década. Em comunicado conjunto, os presidentes Barack Obama e Dimitri Medvedev anunciaram o início de “negociações intergovernamentais para trabalhar em um novo e completo acordo sobre a redução e limitação estratégica de armas ofensivas que substitua o tratado Start”.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês) é um acordo assinado em 1991 entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, cinco meses antes de sua dissolução oficial, pelo qual os dois países se comprometeram a reduzir o armamento nuclear. Em dez anos, o arsenal foi reduzido em cerca de 80%.
As relações entre os dois países no tema nuclear foram abaladas com os planos de Washington de instalar bases em países da Europa Oriental, criando um escudo antimísseis, e a resistência russa a essa iniciativa.
O Start vence em 5 de dezembro, mas os dois países esperam chegar a um acordo em julho próximo, para quando os presidentes marcaram nova reunião em Moscou.
Não foram divulgados números concretos, mas fontes diplomáticas disseram que o arsenal poderia ser reduzido a algo entre 2.000 e 1.500 ogivas nucleares em cada país. Washington deixou claro que o acordo nada tem a ver com a intenção de estabelecer bases na Europa Oriental e que este assunto deve ser discutido à parte.
Colaboração
O acordo inclui colaboração e apoio nas relações com Irã, Afeganistão, Coréia do Norte e Geórgia – Irã, com o qual os EUA têm uma relação conturbada, e que recusou recente oferta pública de tentativa de reconciliação do presidente Obama; Afeganistão, onde os Estados Unidos mantêm tropas desde os atentados de 11 de setembro de 2001, e estão aumentando o contingente; Coréia do Norte, que está prestes a lançar um satélite que poderia ser na verdade um míssil na versão de EUA e Japão, que já posicionaram navios de guerra na região; Geórgia, que a Rússia invadiu no ano passado para defender repúblicas separatistas. Obama e Medvedev disseram querer mostrar “liderança na hora de reduzir as armas nucleares no mundo”.
Os dois líderes, que se reuniram pela primeira vez desde que chegaram ao poder, conclamaram o Irã “a cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica”, e a demonstrar que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Obama também se reuniu com o presidente chinês, Hu Jintao, com quem entrou em acordo para criar um instrumento de diálogo permanente e obteve um compromisso de cooperação nas relações com a Coréia do Norte e o Irã.
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