O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou hoje (1º) que suspendeu as atividades militares conjuntas com as forças de segurança de Honduras por conta da crise institucional no país. O anúncio veio no mesmo dia em que a OEA (Organização dos Estados Americanos) deu um ultimato ao governo interino de Honduras, exigindo a volta do presidente deposto Manuel Zelaya no prazo de três dias. Em resposta à pressão, o presidente interino, Roberto Micheletti, pediu que a comunidade internacional respeite o país e prometeu explicar as razões que levaram à deposição de Zelaya.
O Exército dos Estados Unidos realiza operações de segurança e antidrogas para a zona da América Central a partir da Base Aérea Soto Cano em Honduras e fornece ajuda cívica e humanitária. Os 600 soldados norte-americanos estão isolados no alojamento e não fazem exercícios físicos como os outros militares.
De acordo com o porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, as atividades foram “adiadas até segunda ordem. “Nós adiamos agora todas as atividades com Honduras enquanto analisamos a situação”, disse o porta-voz. Whitman esclareceu que a decisão abrange somente as relações militares, mas não especificou por quanto tempo as medidas permanecerão aplicadas.
Pressão
Além do comunicado da OEA, estabelecendo um prazo de 72 horas para o restabelecimento de Zelaya na presidência, sob pena de expulsão de Honduras da organização, à pressão sofrida pelo governo interino do país se juntou o anúncio da retirada de embaixadores de outros países.
O governo da Colômbia chamou para consultas a embaixadora em Honduras, Sonia Marina Pereira e o chanceler italiano, Franco Frattini, convocou hoje o embaixador Giuseppe Magno.
O ministro de Assuntos Exteriores francês, Bernard Kouchner, também chamou hoje o embaixador da França em Honduras. O chanceler disse também que a França condena firmemente o golpe militar que derrubou Manuel Zelaya.
Além de Espanha, França e Itália, poucos países europeus mantêm embaixadas em Tegucigalpa. Os países da União Européia decidiram “manter pressão” sobre o presidente Roberto Micheletti, optando por não manter contato direto com o novo governo.
Micheletti
Roberto Micheletti disse da Casa Presidencial, em Tegucigalpa, que tentará explicar por todos os meios à comunidade internacional a razão pela qual o presidente Manuel Zelaya foi deposto e pediu respeito à soberania do país.
“Vamos esperar que uma comissão chegue (a Washington) para mostrar à OEA nossas motivações e as medidas que foram tomada, apresentar nossas provas e todos os documentos que demonstram os atos de corrupção que foram cometidos no país, a desobediência à autoridade, aos tribunais de justiça e os atos de intervenção de outros países para fortalecer Zelaya”, afirmou Micheletti.
“Somos um povo soberano e suplico que nos respeitem”, continuou. “Eu quero, e peço a Deus, que não permita que nos isolemos do mundo, porque todos são nossos amigos. Temos a fé em Deus que pouco a pouco se vai conhecer a verdade, o mundo reconhecerá que tivemos de tomar essa decisão”.
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