Os estudantes universitários chilenos pediram nesta quinta-feira (01º/09) ao governo e aos partidos governistas que não criem uma “campanha do terror”, antes da reunião do próximo sábado (03/09) com o presidente Sebastián Piñera.
O presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Giorgio Jackson, disse que o movimento estudantil não se opõe a um sistema educacional misto com centros públicos e privados, como disse Piñera na quarta-feira, mas ao lucro nas universidades e colégios.
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“O que o presidente disse não tem nada a ver com o que estamos pedindo. Nós também não queremos a estatização completa, queremos a educação fortalecida”, disse Jackson em declarações ao site do jornal La Tercera. “Quando Piñera diz que aposta em um sistema misto, não discordamos, estamos em contraposição quando lucram com ela”, acrescentou o dirigente universitário, membro da Confech (Confederação de Estudantes do Chile).
O estudante iniciou as mobilizações no início de maio para exigir que o governo central volte a administrar a educação primária e de Ensino Médio, e que se proíba às instituições privadas lucrar com a educação e que se garanta na Constituição o direito a uma educação pública e de qualidade.
Dirigentes dos estudantes do Ensino Médio e superior se reunirão neste sábado pela primeira vez com o presidente chileno, em uma reunião na qual também estará presente o Ministro de Educação, Felipe Bulnes.
O presidente do Colégio de Professores, Jaime Gajardo, anunciou hoje que o governo convidou o grêmio estudantil para o encontro do sábado, no qual espera que o Piñera se posicione em torno dos temas principais do conflito.
“Não estamos perante pequenas mudanças ou pedindo apenas que injetem mais recursos no sistema educacional, mas que haja reformas de base no sistema educacional chileno”, disse Gajardo em um encontro com correspondentes estrangeiros.
Gajardo considera que as mobilizações pela educação pública resultaram em um “movimento cidadão” que “ultrapassou as barreiras do movimento estudantil”.
O presidente do Colégio de Professores sustentou que o modelo educativo chileno, tido em alguns países como um modelo bem-sucedido, “veio abaixo e entrou em crise”.
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