EUA: Democratas mantêm liderança no Senado, mas perdem Câmara para republicanos
EUA: Democratas mantêm liderança no Senado, mas perdem Câmara para republicanos
O Partido Republicano reconquistou a maioria na Câmara dos Representantes nas eleições legislativas desta terça-feira (02/11). Nos últimos quatro anos, os democratas ocuparam quase dois terços da Câmara, com 255 representantes, enquanto os republicanos contavam com 178 vagas. No entanto, o partido do presidente Barack Obama manteve a maioria no Senado.
A rede de televisão CNN projetou uma proporção de 233 assentos para os republicanos e 180 para os democratas e de 51 cadeiras no Senado para os democratas e 47 para os republicanos.
Efe
O senador reeleito pelo estado do Arizona, John McCain, segura cartaz com a frase “Demitam Pelosi”,
em referência à líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi
Nestas eleições legislativas de meio de mandato, os norte-americanos renovam por completo a Câmara de Representantes (435 cadeiras) e 37 ocupantes do Senado (de um total de cem), assim como 37 governadores dos 50 Estados do país. Até agora, no Senado, os democratas ocupavam 59 cadeiras e os republicanos, 41.
Barack Obama telefonou ontem aos líderes republicanos na Câmara, John Boehner – provável futuro líder da casa -, e no Senado, Mitch McConnell. Obama disse que espera “colaborar com os republicanos para encontrar terreno comum, fazer avançar este país e conseguir coisas em favor do povo norte-americano”, indicou a Casa Branca, sem dar mais detalhes.
Os republicanos prometeram que, sob a liderança de Boehner, reverterão a reforma da saúde aprovada por Obama e iniciarão cortes de impostos que, segundo eles, ajudarão a reduzir o déficit e impulsionar o crescimento.
Karen Tumulty, jornalista do Washington Post,
lembrou que esta é a terceira eleição em que houve uma troca de
poderes. Em 2006, ainda durante o governo de George W. Bush, a Câmara
passou para as mãos dos democratas. Em 2008, Barack Obama foi eleito
para a presidência, e agora a Câmara volta ao partido da oposição.
“Mudanças rápidas e radicais no Congresso são relativamente novas na
história dos Estados Unidos. E elas mandam uma mensagem clara: não
gostamos do que vocês estão fazendo, e vamos tirá-los daí”, escreveu
Tumulty.
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A eleição vem sendo encarada como um veredicto sobre os dois primeiros anos do governo de Obama, que assumiu prometendo mudanças mas ainda não conseguiu implementar muitos de seus projetos.
Os Estados Unidos conseguiram sair da recessão, mas o ritmo da recuperação econômica tem sido considerado lento demais para reduzir a taxa de desemprego, que permanece há vários meses em torno de 10%.
Tea Party
A noite eleitoral confirmou também a ascensão do movimento ultraconservador Tea Party, que conquistou sua primeira grande vitória da noite com o triunfo de Rand Paul para o Senado por Kentucky. “Chegamos para recuperar nosso governo”, afirmou Paul após a confirmação da vitória.
A segunda vitória do movimento foi com o republicano de origem cubana Marco Rubio, que superou o independente Charlie Crist na disputa por uma cadeira no Senado pela Flórida.
No entanto, uma das figuras de maior destaque do Tea Party nesta campanha, Christine O'Donnell, perdeu a corrida pelo Senado em Delaware para o democrata Christopher Coons.
O Tea Party deu seu apoio específico a 129 candidatos para a Câmara de Representantes e a nove para o Senado e teve como base de sua ascensão a insatisfação dos norte-americanos mais conservadores com a economia e o aumento dos gastos públicos.
*Com agências
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