Sexta-feira, 16 de maio de 2025
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Estados Unidos e Reino Unido assinaram nesta quinta-feira (08/05) um tratado bilateral que sinaliza uma reaproximação estratégica entre as potências e aposta em abertura econômica em meio a cenário global incerto.

O acordo prevê cortes imediatos em tarifas de produtos-chave. Os carros britânicos exportados para os EUA passarão a pagar 10% de imposto, contra os atuais 27,5%, com um limite anual de 100 mil veículos. O Reino Unido, por sua vez, poderá vender até 13 mil toneladas de carne bovina americana sem tarifas e verá zeradas as taxas sobre etanol britânico nos EUA.

A indústria siderúrgica britânica também sai fortalecida: o pacto elimina tarifas sobre aço e alumínio impostas desde a era Trump. Um dos anúncios paralelos mais emblemáticos foi a compra, por uma companhia aérea britânica, de US$ 10 bilhões em aviões da Boeing — evidência do peso do setor aeroespacial nessa nova fase de cooperação.

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Reino Unido sinaliza maior abertura

Após o Brexit, o Reino Unido tem buscado se reposicionar no cenário global. Como parte do novo pacto, o país reduzirá sua tarifa média de importação de 5,1% para 1,8%. Já os EUA manterão uma média de 10%, refletindo uma abordagem mais prudente, embora aberta a acordos pontuais.

Presidente Donald Trump classificou assinatura como “grande dia para o livre comércio com aliados confiáveis”
RS/Fotos Públicas

Especialistas projetam um impacto positivo de até 0,3% no PIB britânico ao longo dos próximos três anos, com estímulos ao emprego e ao investimento externo. Para os Estados Unidos, o acordo representa mais ganhos estratégicos e políticos do que econômicos, fortalecendo sua posição em negociações futuras com outros parceiros.

Simbolismo histórico e reposicionamento político

A assinatura do pacto no dia 8 de maio — Dia da Vitória na Europa — não passou despercebida. O gesto remete à aliança entre as nações durante a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o acordo “coloca o Reino Unido no centro de uma nova arquitetura comercial baseada em confiança e estabilidade”. Já o presidente Donald Trump classificou a assinatura como “um grande dia para o livre comércio com aliados confiáveis” e indicou que pactos semelhantes estão sendo negociados com Japão, Índia e Canadá.

Um modelo para o futuro?

O acordo reacende o debate sobre o futuro do comércio internacional. Segundo analistas, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) perdendo influência e a União Europeia enfrentando turbulências, a opção por acordos bilaterais pode sinalizar uma nova era de pragmatismo — embora também traga o risco de um sistema comercial cada vez mais fragmentado e assimétrico.