EUA falam em apoio militar à Guiana dias antes de eleições regionais na Venezuela
Caracas respondeu acusando Washington de agir para ‘minar a soberania venezuelana e dificultar o processo eleitoral’ do país
A embaixadora dos Estados Unidos na Guiana, Nicole Theriot, afirmou nesta quinta-feira (22/05) que o país norte-americano pretende entregar “apoio militar direto” ao exército guianense para o que chamou de “proteção do território de Essequibo”.
O Essequibo é um território em disputa entre a Guiana e a Venezuela, e a declaração da embaixadora chega em momento controverso, já que acontece poucos dias das eleições regionais venezuelanas, marcadas para o próximo domingo (25/05).
Além da promessa de apoio militar a Georgetown, a diplomata estadunidense criticou Caracas por uma suposta operação militar realizada no rio Cuyuní.
As palavras de Theriot estão em sintonia com as ameaças realizadas em março passado pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, quem disse que seu país “vai atuar se precisar defender a Guiana”.
Na ocasião, Rubio também advertiu a Venezuela a “evitar ações militares que coloquem em risco os interesses de empresas norte-americanas na região”.

Agência Venezuelana de Notícias
Reação venezuelana
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela respondeu a declaração de Theriot com um comunicado no qual qualificou as insinuações de Theriot e Rubio como “ataques de bandeira falsa” e observou que há presença militar guianense no rio Cuyuní, não venezuelana.
A Venezuela afirma que essa presença militar “viola o Acordo de Argyle assinado em dezembro passado”, em referência ao documento assinado por ambos os países no qual se comprometeram a evitar provocações na disputa pelo Essequibo.
Caracas também acusou Washington de promover uma “campanha internacional de desinformação” contra o país.
“Chama a atenção o fato de essas declarações acontecerem às vésperas de uma eleição decisiva para o futuro da Venezuela”, afirma o texto, que alertando que o país “não aceitará medidas que sirvam para minar a soberania venezuelana e dificultar o processo eleitoral”.
