Até agora, os Estados Unidos não conseguiram apresentar qualquer prova da existência de armas químicas na base aérea síria de Shayrat, afirmou o Ministério da Defesa russo neste sábado (08/04).
A base foi alvo de um bombardeio norte-americano na madrugada de sexta-feira (07/04), na primeira ação militar direta dos EUA contra a Síria. Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, o bombardeio foi uma resposta a um suposto ataque com armas químicas na terça-feira (04/04) na província de Idlib, que Washington diz ter sido realizado pelo Exército sírio, comandado pelo presidente do país, Bashar al Assad.
A Síria nega as acusações e diz não ter armas químicas, afirmação corroborada pela Rússia, que sustentou ontem que “o Exército sírio não dispõe de arsenais de armas químicas, cuja destruição foi supervisionada e confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas”.
O general-major Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, afirmou neste sábado que “a única maneira de provar que na base síria de Shayrat há armas químicas é enviar para lá especialistas”, segundo o site Sputnik.
Agência Efe
Grupo de sírios protestou neste sábado (08/04) diante da sede da ONU em Damasco, capital da Síria, contra o bombardeio dos EUA
“Passadas 24 horas desde que os navios militares da Marinha dos EUA efetuaram um ataque maciço de mísseis de cruzeiro contra Shayrat, nem o Pentágono, nem o Departamento de Estado dos EUA apresentaram quaisquer provas da presença de armas químicas na base”, observou.
“A única maneira de obter e apresentar a toda a comunidade internacional provas objetivas da alegada presença de substâncias tóxicas em Shayrat é enviar para lá uma missão de especialistas profissionais”, frisou Konshenkov.
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Membros da imprensa que visitaram a base também não encontraram lá quaisquer armas químicas, disse o general-major.
“O aeródromo foi visitado por dezenas de representantes da mídia, pela administração local, bombeiros, polícia, sem falar dos militares sírios. Na base de Shayrat não foram encontrados nem depósitos, nem munições que contivessem armas químicas”, afirmou.
Segundo o general-major, a alegada presença de armas químicas na base aérea deve ser estudada com equipamentos especiais para o recolhimento de amostras, seu registro e futura análise científica.
“Qualquer representante da prestigiosa (mesmo para os EUA) Organização para a Proibição das Armas Químicas sabe que os vestígios de substâncias tóxicas militares ou seus precursores são impossíveis de esconder mesmo passados meses e anos após a conservação”, afirmou.