Quarta-feira, 9 de julho de 2025
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O ano de 2010 começou de maneira ambígua no mercado de trabalho dos Estados Unidos. As empresas eliminaram 20 mil postos de trabalho em janeiro, o que constitui uma melhora em relação a dezembro, durante o qual foram destruídos 140 mil empregos, segundo o informe anual divulgado pelo Departamento de Trabalho em Washington.

No entanto, o número decepcionou os analistas, que contavam com a criação de 15 mil empregos. A outra surpresa foi a taxa de desemprego, que caiu de 10% para 9,7%, o nível mais baixo desde agosto. Os economistas esperavam que se mantivesse a 10%.

 

A aparente contradição entre aumento dos postos de trabalho eliminados e queda da taxa de desemprego pode ser explicada pelo fato de o informe do departamento conter dois estudos distintos: um mede os empregos nas empresas e o outro mede o emprego individual, das pessoas, algumas das quais podem ter mais de um emprego.

O informe do Departamento também mostrou uma alta nos empregos temporários e nas horas trabalhadas, duas etapas consideradas indispensáveis nos Estados Unidos antes das firmas contratarem funcionários.

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Os números apresentam “notícias moderadamente boas”, avaliou Sophia Koropeckyj, analista da Moody's Economy.com. “O emprego é suscetível por estar próximo ao crescimento, mas não há grande coisa no informe que nos faz supor que ele cresça rapidamente”, disse à Agência France Presse (AFP).

Os 20 mil empregos perdidos em janeiro são “um passo importante” no que diz respeito aos 779 mil perdidos em janeiro de 2008, enfatiza Sal Guatieri, economista da BMO Capital Markets, mas o mercado de trabalho segue difícil para os consumidores endividados.

Por esta razão, as autoridades de Washington e a maioria dos economistas se baseiam em um crescimento lento da economia nacional, já que o consumo dos lares é essencial para o crescimento norte-americano.

A queda do desemprego em janeiro não exclui, entretanto, um aumento no futuro segundo o economista Ian Shepherdson, do instituto HFE. Citado pela AFP, ele afirma que isto deveria ocorrer a partir de fevereiro. Na segunda-feira (2), a Casa Branca informou que calculava uma taxa de desemprego de cerca de 10% para 2010.

Recessão

O Departamento de Trabalho avaliou que ainda é grande o número de demissões causadas pela recessão, iniciada em dezembro de 2007 e da qual os Estados Unidos saíram durante o verão. Em 2009, o emprego caiu 3,6%, dado inédito desde 1945.

Segundo revisores, desde dezembro de 2007, o país perdeu 8,4 milhões de postos de trabalho. “A economia está avançando lentamente e levará toma tempo para que as companhias voltem para onde estavam e sigam até onde devem ir”, disse à Reuters Torsten Slok, economista de Deutsche Bank em Nova York.

Ainda reconhecendo que a situação do emprego segue sendo “um problema grave”, a Casa Branca disse que vê “sinais alentadores de uma gradual melhoria no mercado de trabalho”, segundo a assessora econômica Christina Romer. No dia 28 de janeiro, o presidente Barack Obama afirmou diante do Congresso que criação de empregos será a prioridade de seu governo em 2010.

EUA perdem 20 mil empregos em janeiro, mas taxa de desemprego cai para 9,7%

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