O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou nesta segunda-feira (02/09) a tentativa de golpe contra o governo de Xiomara Castro, em Honduras, e sublinhou que os ataques contra a mandatária também são direcionados contra a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), grupo presidido temporariamente por ela.
Durante seu programa semanal, Con Maduro Más, o presidente venezuelano denunciou o “objetivo dos gringos [em referência aos Estados Unidos] em destruir a Celac”, organização cujo propósito é estabelecer unidade e independência entre os países da América Latina e do Caribe.
Assim, Maduro apontou que os EUA “pretendem dividir toda a América Latina e o Caribe e, consequentemente, fazer desaparecer a Celac”.
O mandatário ainda reiterou “todo o apoio e solidariedade” da Venezuela ao governo de Castro e a Honduras, reiterando seu discurso sobre o caso no último sábado (31/08).
Na ocasião, Maduro afirmou que Castro foi vítima de um “ataque cruel e desmedido” por parte dos Estados Unidos, que “semearam o terror em nossa América, promoveram golpes de Estado e estabeleceram alianças e proteção aos grupos criminosos e fascistas que hoje querem ameaçar nossas democracias”.
O presidente destacou a “coragem” de sua homóloga hondurenha por consolidar a soberania de seu país, e destacou “admiração por sua coragem e valentia contra as pretensões imperiais e neocoloniais que são lançadas pelos EUA.
Tentativa de golpe
Xiomara Castro denunciou na última quinta-feira (29/08) a tentativa de um golpe de Estado contra seu governo, através de uma ação para criar uma cisão dentro das Forças Armadas do país.
“Quero dizer-lhes que está sendo traçado um plano contra o nosso governo, ontem atacaram o comandante-chefe das Forças Armadas e o Ministro da Defesa do nosso país”, afirmou Xiomara, em uma declaração pública.
Horas antes, nesta mesma quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Honduras, Enrique Reina, afirmou em entrevista ao canal de televisão local Televicentro, que a inteligência do país detectou uma tentativa de golpe militar planejada pela embaixadora dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Laura Dogu.
Segundo Reina, Dogu estaria articulando uma ação para dividir as forças armadas hondurenhas, oferecendo apoio a um grupo em troca de liderar uma insurreição contra o atual comandante-chefe da instituição, Rossvelt Hernández, leal à presidente Xiomara Castro.
(*) Com Sputnik e TeleSUR