O governo dos Estados Unidos repatriou dois argelinos detidos na prisão militar de Guantánamo após uma série de revisões judiciais de seus casos por parte de um grupo de trabalho envolvendo várias agências do governo norte-americano.
Com a saída dos dois argelinos, a prisão, localizada em Cuba, passa a abrigar 164 detidos.
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Presos em Guantánamo sendo conduzidos a novos compartimentos em fevereiro de 2013
Trata-se do primeiro traslado que o país realiza desde maio deste ano, com o repatriamento do canadense Omar Khadr (preso com apenas 15 anos em 2002). Em maio deste ano, o presidente Barack Obama indicou a intenção de levantar uma moratória sobre a transferência de detidos de Guantánamo. No entanto, ele decidiu que as autoridades passariam a examinar “caso a caso”. No mesmo discurso, Obama reiterou a intenção de encerrar a prisão militar, uma das promessas do seu primeiro mandato presidencial, nunca cumprida.
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Nabil Said Hadjarab, de 34 anos, e Mutia Sadiq Ahmad Sayyab, de 36 anos, “foram entregues ao governo argelino”, indicaram as autoridades do Pentágono (departamento de Defesa dos EUA), em comunicado. Eles foram enviados como resultado direto da revisão judicial, que analisou uma série de fatores, incluindo questões de segurança e consenso dos seis departamentos e agências que compõem os grupos de trabalho”.
“Os Estados Unidos estão gratos ao governo argelino por sua disponibilidade para apoiar os esforços em curso para encerrar o centro de detenção de Guantánamo”, indicou o Departamento de Defesa norte-americano.
Os dois países estão “coordenados” para assegurar que as transferências são feitas ao abrigo de “medidas humanitárias e de segurança adequadas”, reforçou a nota. O Congresso norte-americano foi informado dessa decisão do Pentágono, em 26 de julho.
Por seu lado, a Argélia emitiu o pedido de repatriamento dos dois cidadãos argelinos aos EUA, informou hoje a Comissão nacional consultiva de promoção e de proteção dos direitos humanos.
O mesmo organismo referiu que as condições de repatriamento dos dois cidadãos foram as mesmas que já tinham sido aplicadas a outros 13 argelinos transferidos da prisão militar norte-americana, sem especificar quais eram essas condições.