No segundo dia da conferência de paz sobre a Síria, realizada na Suíça, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou nesta quinta-feira (23/01) que muitos países já se ofereceram para atuar no país de Bashar al-Assad com o objetivo de proteger as minorias étnicas. De acordo com Kerry, no entanto, essa intervenção só acontecerá depois da conclusão de um acordo.
“Não acredito que colocar tropas norte-americanas na Síria seja a solução desejável”, afirmou o secretário de Estado dos EUA, em entrevista ao Al Arabiya, canal de notícias da Arábia Saudita. “Só enviaremos tropas em caso de acordo de paz”, completou.
Agência Efe
John Kerry discursa durante conferência de paz na Síria, realizada em Montreux, Suíça, na quarta-feira (22/01)
Durante a entrevista, Kerry ressaltou a importância de um governo de transição para solucionar os problemas políticos da Síria. “Todos concordam na necessidade de mudanças, menos o regime de Assad, que se recusa a falar sobre isso”, disse. Para ele, obviamente o presidente sírio não está pronto para uma solução, pois isso implicaria sua renúncia.
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De acordo com o secretário dos EUA, Assad é a causa para o terrorismo na Síria. “Assad não é um protetor contra o terrorismo; ele é seu ímã”, compara. “Salvar a Síria será impossível enquanto Assad continuar no poder”, completa.
Nos últimos meses, Assad e seus aliados têm usado constantemente a expressão “terrorismo” para se referirem aos opositores, com os quais estão em guerra civil há mais de dois anos.
Na opinião de Kerry, a saída para o conflito, que já deixou 130.000 mortos, é por meio da paz. “Acredito que a paz pode proteger todos os direitos de minoria. Podemos ter uma síria pluralista se tivemos governo de transição com consenso mútuo”, reforça.