Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Em entrevista realizada nesta segunda-feira (28/10) à rádio argentina 750 AM, o ex-presidente boliviano Evo Morales relatou o ataque a tiros contra o seu carro ocorrido no dia anterior, nas proximidades da cidade de Shinahota, na região central do país.

Segundo Morales, a responsabilidade pelo ataque é do atual presidente da Bolívia, Luis Arce. “Foram tantos tiros, eles me intimidaram, me torturaram, mas isso nem é o pior, pois esta ação vem de ninguém menos que do Luis Arce”, comentou o ex-mandatário.

Em outro momento da entrevista, o líder indígena disse que o atual governante tenta impedir que ele concorra nas eleições presidenciais marcadas para agosto de 2025.

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“O governo de Luis Arce está totalmente envolvido no ataque. Há muito tempo que falam em me matar. Quando Arce voltou da Rússia, reuniu-se com ministros do governo, o povo estava unido em uma rebelião indígena. Irritado, ele disse aos ministros que para acabar com o Movimento ao Socialismo (MAS) era preciso matar Evo”, contou Morales.

Vale lembrar que o MAS é o partido ao qual fazem parte tanto Morales quanto Arce, que foi ministro da Economia dos governos evistas, entre 2006 e 2017. Atualmente, o partido está dividido entre o grupo pró-Evo e o grupo pró-Arce, que disputam não somente a liderança do conglomerado como a nomeação de um dos dois como candidato presidencial no próximo ano.

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Ex-presidente boliviano Evo Morales acusou atual mandatário Luis Arce de querer matá-lo

“O povo está conosco. Meu crime foi ter convocado uma marcha (realizada há um mês) para salvar a Bolívia do governo de Arce, que está atolado na corrupção, na má gestão e na proteção ao tráfico de drogas”, acusou Morales, em outro momento da entrevista.

Versão do governo

Por sua parte, o ministro porta-voz do governo boliviano, Eduardo del Castillo, admitiu que o ataque contra o carro do ex-presidente Evo Morales foi realizado pela polícia, mas alegou que os disparos teriam sido uma reação a uma suposta ameaça anterior dos seguranças do líder indígena, que teriam iniciado o tiroteio, segundo essa versão.

“A polícia rodoviária pediu para o carro reduzir a velocidade, os agentes envolvidos se identificam, mas nesse momento o carro (onde estava Evo) acelerou e os seguranças sacaram armas, e começaram a atirar, a polícia respondeu da mesma forma”, disse Del Castillo, em coletiva realizada nesta mesma segunda-feira, horas depois da entrevista de Morales.

O porta-voz também informou que o governo pretende acusar Evo na Justiça por tentativa de assassinato contra policiais e por evasão a um controle policial.