O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou na sexta-feira (17/01) que é vítima de uma “justiça tendenciosa e servil” da atual gestão Luis Arce, após um juiz emitir um mandado de prisão contra ele pelo suposto crime de tráfico de menor e estupro durante seu mandato.
“Denuncio o mundo que me persegue e me condena em tempo recorde, uma ‘justiça’ tendenciosa e servil ao governo Arce (…) que dominou todo o Poder Judiciário”, escreveu Morales em sua conta X.
O ex-chefe de Estado boliviano acusou o sistema judicial de seu país de agir “sem provas, mas com convicções subjetivas”, acrescentando que a intenção é prescrevê-lo e eliminá-lo das próximas eleições presidenciais.
La declaración de rebeldía ya estaba redactada antes de la audiencia. Revisen imágenes de la transmisión. Seguramente fue enviada por los ministerios de Gobierno y Justicia para que lo lea el juez.
Solo faltó que ordenen mi descuartizamiento inmediato en una plaza, como ocurría…— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) January 17, 2025

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou na sexta-feira (17/01) que é vítima de uma “justiça tendenciosa e servil” do governo do atual mandatário Luis Arce, após um juiz emitir um mandado de prisão contra ele
Na sexta-feira, um juiz da cidade de Tarija, no sul da Bolívia, ordenou a prisão de Morales após o ex-líder boliviano não ter comparecido pela segunda vez a uma audiência em que um pedido de prisão preventiva deveria ser resolvido.
A sessão fazia parte de uma investigação do Ministério Público de Tarija, que acusou formalmente Morales por suposto “crime de tráfico de pessoas e estupro”. O órgão já havia emitido um mandado de prisão contra ele em outubro de 2024 para que ele pudesse depor em uma sede do Ministério Público.
Durante a audiência de sexta-feira, o juiz Nelsón Rocabado também acusou Morales por possível rebeldia.
“A declaração de rebeldia já foi redigida antes da audiência. Certamente foi enviado pelos Ministérios do Governo e da Justiça para leitura do juiz”, disse o ex-presidente. “Só faltou que ordenassem meu desmembramento imediato em uma praça, como aconteceu na Colônia quando os conquistadores puniram severamente os indígenas que se rebelaram contra a opressão”.
De acordo com a legislação, caso Morales seja considerado culpado, ele teria uma pena máxima de 20 anos de prisão porque a lei do país determina que não podem ser acumuladas penas por diferentes delitos. Por isso, seria considerada apenas a condenação mais grave, nesse caso, tráfico de pessoas.
(*) Com Brasil de Fato e Telesur