O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou pelo Twitter nesta sexta-feira (07/04) que o ataque dos Estados Unidos, realizado na quinta-feira (06/04) em represália ao suposto bombardeio com armas químicas em uma cidade do interior da Síria, é uma “ameaça à segurança internacional e à paz mundial.
“Esta ação ameaça a segurança internacional e a paz mundial. As ações unilaterais são ações imperiais. Aos EUA não interessa o direito internacional, deixa de lado a ONU quando convém. Não partilho de países que dizem defender a democracia, a paz e a institucionalidade e que, agora, apoiam a intervenção militar unilateral”, disse o presidente da Bolíva. O país atualmente integra o Conselho de Segurança da ONU, com mandato para o biênio 2017-2018, e foi quem solicitou a reunião que debate o ataque dos Estados Unidos à Síria nesta sexta-feira.
“Penso e sinto, espero não estar equivocado, que as armas químicas na Síria são uma desculpa para uma intervenção militar. O ataque dos EUA contra a Síria é uma ação que viola os princípios da Carta das Nações Unidas. Problemas internos de países se resolvem com diálogo, não com bombardeios”, afirmou.
O governo da Venezuela, em nota, também condenou a ação. “Preocupa profundamente que fatores imperiais justifiquem e legitimem intervenções militares ao governo sírio, endossando ações de grupos terroristas e extremistas, mediante falsos positivos. Este ataque permitiu, além do mais, a recomposição logística dos grupos terroristas, que seguidamente atacaram o exército nacional sírio”, diz a nota.
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Jose Lirauze/ABI
Evo Morales condenou o ataque dos EUA à Síria
“O ataque estadunidense à República Árabe Síria constitui uma agressão à soberania deste país e violenta os princípios e propósitos da Carta da ONU, tais como o princípio de integridade territorial, de autodeterminação dos povos, de não ingerência nos assuntos internos dos Estados e de igualdade soberana”, conclui.
Comunicado conjunto
Os governos de Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai manifestaram nesta sexta, em comunicado conjunto, sua profunda preocupação com a escalada da violência na Síria, e condenaram energicamente o uso de armas químicas contra a população civil, em particular crianças.
O documento divulgado pela diplomacia peruana em Lima afirma que “o uso de armas químicas é um crime contra a humanidade e um crime de guerra, proscrito pelos tratados internacionais, entre eles a Convenção das Nações Unidas sobre a Proibição do Desenvolvimento, da Produção, do Armazenamento e do Uso de Armas Químicas e sobre sua destruição”.
Os países ressaltaram na nota que as ações para prevenir “essas atrocidades” devem ser respaldadas por toda a comunidade internacional, conforme as normas do direito internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas.
Os países fizeram uma convocação a todas as partes envolvidas, incluindo os atores com influência na região, “para exercer maior prudência a fim de evitar uma escalada das tensões e para encontrar uma solução política à situação dramática e muito complexa na Síria, sob o auspício das Nações Unidas”.